sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fisiologia: Utilização da cafeína como recurso ergonênico

A cafeína é um alcalóide encontrado em chás, café, refrigerantes, inibidores de apetites, analgésicos, remédios para gripe e resfriados, entre muitos outros. Sua ingestão oral é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, atingindo seu pico de concentração no plasma entre 40 e 60 minutos.

Para que ela seja considerada como doping, é necessária uma dosagem de mais de 10 xícaras antes de uma prova esportiva, por exemplo. A cafeína consegue atravessar rapidamente a membrana celular (por ser lipossolúvel), e sua meia vida é de aproximadamente 3 a 5 horas.

A cafeína tem sido amplamente utilizada no esporte, seja em competições ou durante períodos exaustivos de treinamento. A administração desta substância pode ser feita de diversas formas, dentre as quais destacamos a administração oral, intraperitoneal, injeções subcutânea ou intramuscular e também através da aplicação de supositórios. Sua ação pode atingir todos os tecidos, pois o seu transporte é feito via corrente sangüínea, sendo posteriormente degradada e excretada pela urina (Altimari et al, 2006).

Quando utilizada em doses “corretas” (aproximadamente entre 2 a 9 mg/Kg de peso corporal), provoca aumento no estado de vigília, diminuição da sonolência, diminuição da fadiga, incremento na respiração e no metabolismo. Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica que podem desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas, as quais parecem melhorar a performance atlética.

Em exercícios aeróbios, a cafeína tem aumentado o tempo de exercício até a exaustão muscular, além da diminuição da percepção de fadiga com a realização do exercício. È interessante salientar que estas melhoras na performance é devido ao aumento do sistema nervoso simpático, que aumenta a disponibilidade de ácidos graxos livres (AGL) e a lipólise, diminuindo a utilização do glicogênio e aumentando a oxidação de gordura durante o exercício.

Em exercícios de características anaeróbias, a suplementação com cafeína parece agir sobre o retículo sarcoplasmático, aumentando sua permeabilidade ao cálcio, tornando este mineral prontamente disponível para o processo de contração muscular. Vale lembrar que a cafeína parece agir melhor em fibras de contração lenta (tipo I) quando comparado com fibras do Tipo II.

Não existe a necessidade de se administrar a cafeína durante o exercício, sendo mais interessante seu uso antes. A cafeína pode permanecer no plasma até 6 horas após sua administração. Pessoas não habituadas a cafeína (ingestão diária < 50mg/Kg) têm melhores resultados quando comparadas com pessoas usuárias (> 300 mg/Kg). Estudos indicam que a ingestão da cafeína em cápsula seja mais interessante do que a administração com café.


REFERÊNCIAS

DAVIS, J.M.; ZHAO, Z.; STOCK, H.S.; MEHL, K.A.; BUGGY, J.; HAND, G.A. Central nervous system effects of caffeine and adenosine on fatigue. Am. J.Physiol. Regul. Integr. Comp. Physiol., v.284, n.2, p.399-404, 2003.

JUHN, M.S. Popular sports supplements and ergogenic aids. Sports Med., v.33, n.12, p.921-939, 2003.

KALMAR, J.M.; CAFARELLI, E. Effects of caffeine on neuromuscular function. J. Appl. Physiol., v.87, n.2, p.801-808, 1999.

SPRIET, L.S. Caffeine and performance. Int. J. Sports Nutr., v.5, n.1(suppl), p.S84-99, 1995.

ALTIMARI, L.R. et al. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. v42(1), 17-27, 2006




.: Prof. Mestrando Gustavo Barquilha
.: Pesquisador do GEPEFFA – Unifieo
.: Membro do ICAFE – Universidade Cruzeiro do Sul
.: Preparador Físico da Equipe Black Belt JJ Club (Jiu-Jitsu/Submission/MMA)
.: Site: www.gustavobarquilha.com.br

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Avaliações Físicas-São Gonçalo F.C-2010

VELOCIDADE:A VELOCIDADE E A CAPACIDADE DE PERCORRER UMA DETERMINA DISTANCIA NO MENOR TEMPO POSSIVEL.A VELOCIDADE E INFLUENCIADA PELO TEMPO DE REAÇÃO(TEMPO DO SINAL DE LARGADA ATÉ OS PRIMEIROS MOVIMENTOS)E PELO TEMPO MOTOR(PRIMEIROS MOVIMENTO ATÉ O FINAL DA ATIVIDADE).
*TESTE DE VELOCIDADE*
O TESTE CONSISTE EM TRES ESTIMULOS DE 40M PICO DE POTENCIA,TRES ESTIMULOS DE 20M ACELERAÇÃO E 10M ARRANGUE.PARAMETROS ANALIZADOS POTENCIA,ACELERAÇAO,ARRANGUE E INDICE DE FADIGA.

*ACOMPANHE OS VIDEOS*

Teste de Velocidade 10m(Arrangue)

Teste de Velocidade 20m(Aceleraçao)

Teste de Velocidade-40m(Pico de Potencia)

domingo, 19 de setembro de 2010

Avaliações Físicas-São Gonçalo F.C-2010

Teste de Agilidade
Agilidade e uma variavel neuro-motora caracterizada pela capacidade de realiza trocas rapidas de direção,sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo o corpo ou parte dele(Stanziola & Prado,1983 apud Matsudo,1983).

*Acompanhe o video*

TEST DE AGILLITY ILLINOIS(AGILIDADE)

sábado, 4 de setembro de 2010

Aeróbio Antes Ou Depois Da Musculação? Eis A Questão!

Muitas questões intrigam os praticantes e profissionais de educação física, e entre as perguntas que mais exigem respostas científicas atualmente é se correr na esteira ou pedalar na bicicleta antes do treino de força na musculação prejudica a realização das repetições deste exercício.
Outro problema é se estes exercícios realizados depois da musculação permitem um maior gasto de energia ou uma maior queima de gordura.
Para estudar melhor este tema, os pesquisadores da Universidade de Columbia no Canadá verificaram se o exercício aeróbio intenso ou moderado na bicicleta ergométrica quando realizado antes da musculação, reduz as repetições num exercício de força.
Os pesquisadores Sporer e Wenger selecionaram 16 indivíduos de modalidades variadas para participarem do estudo.
Os indivíduos foram avaliados através de testes de repetições em 3 dias diferentes. O teste na musculação consistia de 4 séries de máxima repetições, utilizando 75% da força máxima.
Um dia os participantes do estudo não faziam treino na bicicleta ergométrica antes do teste de repetições. 72h depois faziam outro teste, porém com um treino aeróbio antes, realizado na bicicleta ergométrica. Este treino foi considerado de alta intensidade (entre 85% e 100%) pelos pesquisadores.
Faziam 6 estímulos de pedaladas intensas de 3 minutos com 3 minutos de recuperação leve. 72 horas depois deste segundo teste, faziam o terceiro teste. Pedalavam por 36 minutos numa intensidade de 70% antes do teste de força.
Os pesquisadores constataram que não havia diferença significativa entre um tipo de treino aeróbio ou outro (intenso ou moderado) precedendo a musculação na força de repetição máxima.
O teste no supino não era afetado pela bicicleta, mas no leg-press a queda no número de repetições era significativa.
Num estudo Americano publicado em 2005, Drummond fez uma pesquisa usando as seguintes comparações: musculação sem corrida antes ou depois, musculação precedendo uma corrida de 25 minutos e uma corrida de 25 minutos precedendo a musculação.
O gasto de energia na corrida era maior quando se fazia musculação antes desta corrida, porém depois do exercício, na recuperação, o gasto de energia ou aceleração metabólica era maior no grupo da musculação realizada depois da corrida.
Os pesquisadores encontraram também uma aceleração no metabolismo depois da musculação, quando não se fazia corrida antes ou depois.
A percepção do esforço era mais favorável quando se fazia aeróbio antes, como se fosse uma preparação para o exercício posterior.
Pelo verificado nestas pesquisas, deve-se ter atenção para o excessivo treino aeróbio antes, especialmente em bicicleta, para não prejudicar o exercício de força para os músculos da coxa quando este for feito depois da corrida.
Com relação as calorias totais, somando o gasto durante e depois do exercício, não há vantagem em correr depois em comparação a correr antes da musculação. Parece que o mais importante é como o indivíduo se sente fazendo uma técnica ou outra.