sábado, 18 de dezembro de 2010

LYDIO DE SOUZA ACERTA COM O TERESOPOLIS FUTEBOL CLUBE.RJ


O Novo preparador fisico,chega a teresopolis para os acertos da sua contratação,no sabado dia 18/12/2010.O Lydio já trabalhou em equipes com Profute;Silva Jardim;Penarol-AM;Riostrense e São Gonçalo F.C.(Junto com o treinador Marguinhos Curtiçao.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meios combinados de treinamento: uma nova visão na metodologia da preparação física


Forma de organização consiste em alternar ações motoras cíclicas, acíclicas e combinadas, os exercícios com ou sem sobrecarga, a velocidade de deslocamento e o sistema energético predominante
Juvenilson de Souza*
O futebol moderno apresenta uma série de mudanças na forma de jogar, dentre elas a necessidade de um melhor preparo físico. As partidas têm exigido frequentes mudanças na intensidade e na dinâmica dos movimentos, nas quais a força e a velocidade têm tido papel de destaque. Entretanto, devido à longa duração da partida (90’) e dos sucessivos “sprints”, o futebolista também necessita de uma ótima capacidade de resistência.

É importante destacar que os movimentos do futebol são realizados com duração e intensidade variadas, além de serem executados em diferentes momentos da partida. O futebolista poderá ser exigido a executar um “sprint” isolado ou sucessivos “sprints” tanto no início quanto no final da partida e, portanto, o mesmo deverá apresentar ótimo nível de desempenho físico para realizar estas atividades com a mesma qualidade.

Alguns autores têm relatado que os futebolistas de alto rendimento percorrem uma distância de 9 a 12 km durante a partida (Bangsbo, 2006; Barros et al.; 2007) e esta amplitude de variação na distância total percorrida está diretamente relacionada a alguns fatores, tais como: posição tática, estado nutricional, estado de treinamento, importância do jogo, horário e temperatura ambiente, qualidade do gramado, qualidade competitiva do adversário, etc. No entanto, estes dados analisados unicamente não são representativos para um entendimento do nível de rendimento do futebolista e da metodologia de treinamento a ser empregada.

Nesse sentido, temos que buscar informações mais detalhadas das ações motoras que o futebolista realiza durante a partida, como por exemplo, a diferença na distância percorrida, principalmente, em alta velocidade do primeiro para o segundo tempo considerando as posições táticas, a amplitude de velocidade de corrida nos diferentes deslocamentos, a relação com os sistemas energéticos, o número e a duração dos “sprints”, a pausa de recuperação entre os mesmos, a seqüência de ações motoras e sua variação na intensidade etc. Assim, análises mais precisas dos movimentos dos futebolistas impostas durante a partida podem fornecer informações úteis sobre o seu rendimento.

Segundo Reilly, Bangsbo e Franks (2000) os “sprints” realizados durante a partida em uma velocidade de 7-8m/s contribuem por volta de 6-7% e as ações em alta intensidade realizadas em uma velocidade de 4-6m/s correspondem cerca de 15-20% da distância total percorrida. Essas ações, de fato, constituem os momentos mais cruciais da partida e contribuem diretamente nos movimentos de disputas de bola, na execução dos fundamentos técnicos, tais como o chute, nas ações ofensivas e defensivas realizadas em alta velocidade e nos contra-ataques. Logo, pode-se relatar que o futebolista de alto rendimento deve ter como objetivo atingir esses níveis de rendimento, pois isso nos parece indicar certa vantagem durante a competição. Vale salientar, então, que o futebolista terá que realizar certas atividades de alta intensidade em momentos de fadiga, especialmente no final do primeiro e do segundo tempos.

Além dos pontos descritos anteriormente, temos que compreender a respeito da fisiologia do futebol. Penso que o entendimento deste e dos outros pontos já relatados nos fará refletir em relação à metodologia da preparação física. A fisiologia do exercício apresenta três sistemas de energia: ATP-CP ou anaeróbio aláctico, anaeróbio láctico ou glicolítico e aeróbio. Em modalidades de exercício contínuo e cíclico, tais como atletismo, ciclismo, natação, etc., esses sistemas de energia são solicitados predominantemente na mesma sequência descrito anteriormente. No entanto, em modalidades de exercício intermitente e acíclico, como é o futebol, esses sistemas de energia são solicitados em constantes alternâncias e com predominância conforme a intensidade e a duração da atividade e o estado fisiológico momentâneo que o futebolista apresenta, ou seja, a sua capacidade de recuperação e consequente ressíntese de ATP. SPENCER et al. (2005), nos chamam a atenção para compreender a contribuição dos sistemas de energia na realização do “sprint” e dos sucessivos “sprints” no futebol.

Em um “sprint” de até 6/8s o sistema ATP-CP é predominante, mas com a execução de vários “sprints” ao longo da partida os outros dois sistemas energéticos terão maior participação. Os dados nos remetem que durante a partida o futebolista será solicitado a realizar por volta de 120 atividades de alta intensidade com duração de até 7s sendo que na maioria das vezes as pausas de recuperação serão de curta duração (COMETTI, 2007). Portanto, após a realização de algumas destas atividades, a predominância será do sistema glicolítico com uma participação ainda maior do sistema aeróbio em relação às primeiras atividades de alta intensidade.

Para explicar melhor, após a realização de alguns “sprints” e, por exemplo, com recuperação de até 90s, o futebolista não terá uma recuperação completa atingindo assim um estado de fadiga aguda e, portanto, se o mesmo for solicitado a realizar uma nova ação de alta intensidade, ele poderá ter dificuldades para manter a qualidade de movimento. Considerando que estes momentos irão se repetir durante a partida, nos parece interessante organizar um programa adequado de treinamento que acentue a resistência à fadiga por meio da utilização de exercícios que produzem efeitos (adaptações) na força, na velocidade e na resistência.

Considerando as informações relatadas anteriormente, verifica-se a necessidade da utilização de uma metodologia que atenda às exigências específicas do futebol. Assim, sugerem-se os meios combinados de treinamento com duas ou três capacidades motoras em uma mesma sessão. Essa forma de organização do treinamento consiste em alternar as ações motoras cíclicas, acíclicas e combinadas, os exercícios com ou sem sobrecarga, a velocidade de deslocamento e conseqüentemente o sistema energético predominante.

Vale salientar que em um raciocínio de progressão de carga, primeiro prescrevem-se as sessões com duas para posteriormente utilizar as sessões com três capacidades motoras.

Esse modelo de organização da carga pode ser realizado de duas formas:

1) Em circuito: organize um determinado volume de exercícios voltado para o treinamento da velocidade (estação 1); após, realize um determinado volume de exercícios de força (estação 2); e posteriormente um determinado volume de exercícios de resistência (estação 3), permitindo sempre um intervalo de recuperação mais longo após o treinamento de cada capacidade motora.

2) Circuito em sequência: organize de forma idêntica à anterior, porém, a execução será em sequência, ou seja, realize uma ou mais repetições de velocidade (estação 1), seguido de uma ou mais repetições de exercícios de força (estação 2), seguido de uma ou mais repetições de exercícios de resistência (estação 3) e repita esse ciclo novamente. O controle da carga de treinamento pode ser feito pelo número de repetições ou por tempo em cada estação.

O quadro abaixo traz algumas sugestões da combinação de cargas de diferentes capacidades motoras. Cabe ressaltar que o preparador físico pode organizar as cargas com predominância de uma capacidade motora, sendo que a(s) outra(s) serão complementares.

Portanto, essa orientação metodológica tem uma maior exigência sobre os mecanismos biológicos, comportamentais e cognitivos que suportam as adaptações específicas do jogador de futebol. Neste âmbito, os componentes estruturais dos exercícios programados devem corresponder especificamente com as condições estabelecidas pela competição (jogo). Isto significa que os exercícios de treinamento devem estar adaptados a uma exigência específica do futebol com um controle adequado do volume e da intensidade.


*Mestre em Educação pela USP e preparador físico de futebol

sábado, 11 de dezembro de 2010

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS (PARTE 1)



Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte
Prof. Antonio Carlos Fedato Filho

Prof. Guilherme Augusto de Melo Rodrigues

Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido

Dentro de uma programação de treinos durante uma temporada no futebol,

podemos apontar muitos tipos de trabalhos, sendo que cada comissão técnica tem sua

identidade e sua metodologia que entendem como a mais adequada para aplicar sua

filosofia, esse é o momento em que o fisiologista, tendo conhecimento do trabalho da

comissão atual no clube, pode implantar formas de monitorar e controlar as variáveis

apresentadas na programação de treinos, ajudando a quantificar e a qualificar os

trabalhos, mas sempre respeitando a filosofia e a metodologia da comissão técnica, sem

querer alterar os trabalhos ou modificar seus métodos, e sim adaptar dentro do próprio

trabalho programado formas para alcançar o objetivo final, dando idéias e mostrando os

benefícios que pequenos ajustes irão trazer o trabalho.

“A monitoração dos trabalhos não é tão simples, pois o futebol é, entretanto um

tipo de exercício intermitente onde períodos curtos de alta intensidade são entremeados

com períodos mais longos de recuperação ativa ou passiva. Neste tipo de exercício não

é possível monitorar a intensidade da mesma forma como fazemos com exercícios

contínuos sem bola, por exemplo: um treino de corrida intervalada onde o tempo para

cobrir uma distância fixa pode ser facilmente registrado.” (Dr.Paul D.Balsom – 2000).

Nesses casos a fisiologia teve uma grande contribuição para o futebol, trazendo

para o campo diversas formas para tentar fazer os controles dos treinos mensurando e

obtendo informações de suma importância para o desenvolvimento dos trabalhos.

Um dos trabalhos aplicado no campo que iremos analisar agora é o “campo

reduzido” ou “pequenos jogos”.

“Pequenos jogos” é a técnica aplicável ao treinamento no desporto coletivo,

onde o uso de quadras ou campos de formato reduzido, combinado com um número

menor de jogadores e técnicas especiais, é empregado para obter maiores níveis de

condicionamento físico e capacidade técnica com bola.

A importância deste estudo, além de apontar os pontos positivos e negativos, é

mostrar que nem sempre o “campo reduzido” é sinônimo de um trabalho intenso como

muitos profissionais podem achar, depende muito da montagem, regras, dimensões

número de atletas programados para o desenvolvimento do trabalho.

Para iniciarmos este estudo precisamos saber informações importantes que

servirão para entender quais as exigências físicas impostas pelo jogo ao atleta para

relacionarmos com as variáveis necessárias para programarmos uma sessão de treino

com trabalhos em “campo reduzido”.

Entendendo as exigências do jogo

O futebol é uma forma de exercício muito exigente e extenuante fisicamente,

além de cobrir distâncias maiores que 10 km em velocidades variadas, outras atividades

que consomem energia incluem tomada de bola, pular e chutar.

Quando você joga futebol, grandes quantidades de energia são produzidas de

forma alternada, tanto pela via aeróbia tanto pela anaeróbia. “de um ponto de vista

puramente quantitativo a produção de energia anaeróbia corresponde a apenas uma

parte menor, mas significativa, do total de produção de energia durante um jogo”

(Dr.Paul.D.Balsom – 2000).

O nível de lactato sanguíneo no jogo é em média de 5 a 10 vezes maior do que

em repouso, mostrando que a energia foi produzida anaerobiamente.

Através de monitorações da freqüência cardíaca em jogos, mostrou que ela se

mantém de 10 a 30 BPM abaixo da freqüência cardíaca máxima, se aproximando dos

85% da FC máx. ficando em uma faixa entre 140 BPM e 145 BPM durante o jogo.

Podemos observar que o jogo impõe um alto nível de intensidade com trabalhos

intermitentes exigindo do atleta um bom condicionamento físico tanto central quanto

periférico para poder imprimir um alto ritmo de jogo com qualidade.

Trabalhos cíclicos e acíclicos

Com o passar dos anos pudemos ver a grande evolução em relação à preparação

física no futebol, sendo antes um trabalho mais de tradição e simplicidade com treinos

físicos normalmente de corrida e sem bola e passando por algumas fases para chegar

atualmente com trabalhos mais complexos que envolvem os treinos tradicionais

integrados com exercícios físicos com bola atingindo resultados mais específicos. Essa

linha segue com uma visão de programação de treinos envolvendo trabalhos cíclicos e

acíclicos de várias formas dentro de uma sessão de treino.

No trabalho cíclico (movimento repetido constantemente em forma de ciclos)

podemos exemplificar com os treinamentos físicos puros, nele trabalhamos os grandes

grupos musculares que é a base de sustentação da performance física do atleta.

O trabalho acíclico (movimentos sem padrão de repetição, em que não há ciclos)

é mais específico para a modalidade, normalmente realizado com pequenos jogos com

uma intensidade pré-programada.

Desta forma trabalhamos os pequenos grupos musculares e a musculatura de

propriocepção, dando ao atleta um ganho de resistência muscular localizada específica

de jogo.

Através de pesquisas e estudos, constatamos que o ganho de performance física

na forma cíclica é diferente do que o ganho na forma acíclica e que existem trabalhos e

ganhos diferentes para essas duas formas de performance.

Podemos ver que os programas de treinamentos físicos montados com treinos

cíclicos e acíclicos, obtiveram uma maior e mais prolongada da performance física

durante a temporada, já programas com apenas trabalhos cíclicos, observamos bom

condicionamento físico geral mas grande dificuldade de manter em atividades mais

específicas como treino reduzidos e intensos e nos jogos, em contrapartida, as

programações com apenas trabalhos acíclicos tiveram bom resultado nas capacidades

físicas específicas de jogo mas curto período de sustentação.

Constatamos que os trabalhos acíclicos são indispensáveis no programa de

treinamento, mas por trabalhar com mais ênfase os pequenos grupos musculares,

devemos também acrescentar os trabalhos cíclicos que são esses que darão a sustentação

e resistência muscular geral dos grandes grupos musculares.

Os pequenos grupos musculares, que são os mais específicos de jogo, têm seu

limiar de stress bem menor do que os grandes grupos musculares fadigando muito mais

rápido e necessitando dos grandes grupos para a sustentação da performance até o final

do período.

No início da temporada, os trabalhos cíclicos são de extrema importância, sendo

que depois são realizados trabalhos apenas de manutenção para a parte cíclica dando

espaço para os trabalhos acíclicos estruturados com os pequenos jogos, assim

completando o treinamento físico auxiliando o atleta a alcançar a excelência da

performance.

Treinamento físico específico – pequenos jogos

“A habilidade de um jogador de futebol em manter uma alta taxa de trabalho

durante um jogo de 90 minutos pode ser mantida e aperfeiçoada com o treinamento de

desempenho” (Dr.Paul D.Balsom).

O objetivo do treinamento específico é:

- Minimizar o tempo necessário para um jogador se recuperar entre exercícios

com movimentos de alta intensidade e, consequentemente, aumentar a capacidade de

desempenho de tais movimentos mais freqüentes ao longo do jogo.

- Reduzir os efeitos negativos da fadiga no desempenho geral, especialmente

próximo ao final do jogo.

Os pequenos jogos, sendo bem programados, trabalham o componente central

relacionado com o sistema de transporte de oxigênio e o componente periférico que

envolve os grupos musculares específicos exigidos no jogo.

Em relação ao componente periférico, podemos observar que exercícios

contínuos com intensidades moderadas trabalham mais fibras de contração lenta e

pequenos jogos ou treinos físicos específicos variando intensidades trabalham fibras de

reação rápida (exercício de alta intensidade). Os trabalhos longos se forem uma

constante na programação de treino e por terem uma predominância de fibras de reação

lenta, afetarão o desempenho específico do atleta como a “explosão muscular” e

“aceleração”.

Portanto o tipo de trabalho proposto é o que vai determinar o padrão e

recrutamento de fibras de reação lenta e rápida nos músculos ativos e o padrão de

condicionamento central e periférico.

Em alguns estudos científicos foi constatado que os pequenos jogos podem ser

usados de uma forma efetiva de treinamento de resistência para jogadores de futebol,

mas não é a única forma para trabalhar essa variável, esse treinamento pode e deve ser

complementado por diferentes tipos de exercícios intermitentes tanto com bola quanto

sem bola.

Os estudos constatam que a intensidade de trabalhos dos pequenos jogos é alta o

suficiente para manter ou até mesmo aperfeiçoar algumas variáveis mais específicas de

jogo e que os treinos físicos sem bola tem uma intensidade similar.

O treino físico com bola em pequenos jogos se torna mais efetivo para

adaptações musculares locais (periféricas) do que corrida contínua sem bola e trabalha

em conjunto com a parte técnica, coordenativa, criatividade, inteligência e motivação.

O estudo constatou que em 30 minutos de treinos físicos com bola (campo

reduzido – 3 x 3) o atleta toca aproximadamente 100 vezes na bola em diferentes

situações, 3 vezes mais do que trabalhos de campo reduzido de 7 x 7.

Apesar dos grandes benefícios do treinamento de resistência específica para

jogador de futebol com pequenos jogos, existem muitos fatores que podem influenciar

atrapalhando na intensidade do exercício, exigindo uma grande organização do

treinador, preparador físico e fisiologista. Alguns fatores são:

- número de atletas, quanto maior o número menor a intensidade e menos

contato com a bola

- duração dos intervalos

- dimensão do campo

- as regras influenciam na intensidade

- disponibilidade de bolas (reposição imediata)

A motivação pode influenciar na intensidade, podemos controlar como:

- definir claramente para os atletas o objetivo do treino

- mostrar a eles os benefícios

- monitorar o treino com GPS, freqüência cardíaca, etc.

- manter os pequenos jogos competitivos (equipes equilibradas)

- organizar as sessões de treino para não perder tempo para iniciar

Outros fatores que podem influenciar a intensidade do exercício:

- habilidade do jogador (pouca habilidade diminui a intensidade)

- recuperação entre as sessões de treinamento

- tempo para adaptação ao tipo de treinamento

.

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS ( PARTE 2)



Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte
Prof. Antonio Carlos Fedato Filho

Prof. Guilherme Augusto de Melo Rodrigues

Alguns estudos comprovam a eficácia dos trabalhos bem programados de

pequenos jogos.

Uma pesquisa executada por Balsom, P., Lindholm, T., Nilsson, J., e Ekblom,

B.,com recursos do Centro Nacional Sueco para Pesquisa no Esporte, com o objetivo de

investigar a intensidade do exercício nos “pequenos jogos”(3x3) em oito diferentes

relações de trabalho/repouso, e comparar as intensidades de quatro desses jogos com a

corrida contínua sem bola, descobriram que a intensidade do exercício observada em

todos os oito “pequenos Jogos” (3x3) era alta o suficiente para manter ou aperfeiçoar a

capacidade de desempenho de um jogador de futebol. Além disso, quando comparada

com a corrida contínua sem bola a taxa estabelecida de trabalho/repouso, a intensidade

geral estimada era de magnitude similar.

Os protocolos de exercícios utilizados em relação a trabalho/repouso foram nos

primeiros quatro jogos um total de 18 minutos e nos outros quatro um total de 30

minutos cada

.

Os procedimentos foram seguindo um padrão realizando cada sessão (jogo) em

dias diferentes e aquecimento padronizado. Foram passadas instruções para os atletas

trabalharem no máximo de intensidade durante o período do jogo. Para atingir as

intensidades máximas em um campo reduzido 3x3 foram usadas um número de bolas

que seria possível a reposição imediata e uma dimensão de aproximadamente de 33

metros x 20 metros (distância observada como ideal também em estudos da Fedato

Esporte – Consultoria em Ciências do Esporte).

Através da analise dos resultados, observando o comportamento da freqüência

cardíaca durante os jogos reduzidos, foram encontradas as maiores intensidades nos

jogos 1 e 7, onde, por terem estipulado tempos de estímulo que trabalhará a resistência

anaeróbia específica de jogo expondo a musculatura dos atletas a acidose dando uma

condição de ganho de resistência a ela, com uma recuperação ideal para os atletas

conseguirem recuperar e manter uma alta intensidade até o final do treino atingiu o

objetivo de um treino de campo reduzido.

Os gráficos abaixo representam o resultado obtido no estudo, observando a alta

freqüência cardíaca atingida durante o estímulo e a boa qualidade de recuperação entre

os estímulos.

Os outros jogos também atingiram altas intensidades, mas com queda mais

acentuada no final devido ao baixo tempo de recuperação e conseqüentemente não

atingindo altas freqüências cardíaca como nos jogos 1 e 7.

Com base nessa teoria dos “pequenos jogos” a empresa Fedato Esportes –

Consultoria em Ciências do Esporte vem aplicando e coletando informações

importantes que comprovam os efeitos desse trabalho se aplicado de uma forma

organizada e bem programada. Os dados mostraram que seguindo as dimensões (20 m x

30m), número de atletas (3x3 a 4x4) e colocando regras simples e pequenos gols sem

goleiros em 4 pontos diferentes foi onde encontraram as maiores intensidades de

estímulos conseguindo durante a temporada juntamente com trabalhos cíclicos manter e

ter ganhos em relação as variáveis importantes para o desempenho nos jogos.

A figura abaixo mostra um treino de campo reduzido monitorado com GPS e

frequencimetro observando as intensidades acima de 100% sendo considerados como

estímulos anaeróbios láticos.

Em alguns casos os “pequenos jogos” têm um efeito negativo quando realizado

em excesso, pois os atletas, quando realizam essas atividades que normalmente são de

curta duração e alta intensidade, não têm o compromisso de dosar as variáveis utilizadas

no jogo e com o tempo passam a não dosá-las no próprio jogo, acarretando um gasto

excessivo no início da partida, pela forma alucinante que iniciam o jogo e no final

ocorre, em alguns casos, a queda de algumas variáveis que levaria o atleta a manter um

padrão físico até o final.

Conclusão

Através destas informações conseguimos observar que o trabalho acíclico com

pequenos jogos é de extrema importância juntamente com trabalhos cíclicos dentro de

uma programação de treinamento.

Através dos pequenos jogos conseguimos uma manutenção e ganho de algumas

variáveis específicas do jogo se montados levando em conta os fatores que ajudarão na

aplicação de um trabalho com altas intensidades.

Em uma programação de treinos com trabalho de campo reduzido podemos

treinar de forma física e técnica sendo de grande importância a monitoração e o controle

de qualidade realizados pelo fisiologista tanto dos trabalhos físicos quanto dos trabalhos

técnicos com o objetivo de observar se as sessões de treinos estão atingindo o objetivo,

levando o maior número de informações para a comissão técnica dando tempo para

realizar alguma correção ou adaptação na programação de treinamento conseguindo

chegar no melhor índice de aproveitamento auxiliando o atleta a alcançar seu

desempenho ideal para disputa de uma partida de futebol.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cãibra noturna, câimbras nas pernas, banana para câimbras… Saiba porque surge e como evitar as cãibras


por Carlos Herdy
carlos@fisiologista.com

A câimbra ou cãibra é um espasmo ou contração involuntária dos músculos, normalmente muito dolorosa, que pode durar de alguns segundos até vários minutos. A câimbra pode atingir um ou mais músculos de uma vez. Qualquer músculo de controle voluntário pode apresentar essas contrações

Os mais comuns são:
– Panturrilhas ou gemelares (batata da perna)
– Músculos anteriores e posteriores da coxa
– Pés
– Mãos
– Pescoço
– Abdomen

Acredita-se que a causa básica da câimbra seja uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos. Essa normalmente é causada por:

- Atividade física vigorosa (câimbra pode ocorrer durante ou após o esforço)
– Desidratação (atenção para quem usa diuréticos)
– Alterações hidroeletrolíticas, principalmente depleção de cálcio e magnésio.
– Gravidez (normalmente secundário a magnésio baixo)
– Como autoproteção após uma fratura óssea, por exemplo.
– Alterações metabólicas como diabetes, hipotireoidismo, alcoolismo e hipoglicemia
– Doenças neurológicas com Parkinson, doenças do neurônio motor e doenças primárias dos músculos (miopatias)
– Longos períodos de inatividade, sentado em posição inadequada.
– Alterações estruturais como pé chato e o genu recurvatum (hiperextensão do joelho)
– Insuficiência renal em hemodiálise e cirrose hepática.
– Deficiência de vitamina B1, B5 e B6
– Anemia

Muito se comenta sobre depleção de potássio como causa de câimbras. Na verdade, a hipocalemia (baixos níveis sanguíneos de potássio) pode até causar contrações involuntárias, mas seu principal sintoma é fraqueza ou paralisia muscular. O cálcio e o magnésio são causas mais importantes de câimbras.

Algumas drogas podem ser a causa:
– Diuréticos, principalmente a furosemida (Lasix)
– Donezepil (usado no Alzheimer)
– Neostigmina (usada na miastenia gravis)
– Raloxifeno (usado para osteoporose e câncer de mama)
– Remédios para hipertensão, principalmente a nifedipina (Adalat)
– Broncodilatadores para asma como Salbutamol
– Remédios para colesterol como o clofibrato e lovastatina.

Em pessoas acima dos 60 anos, câimbras frequentes podem ser sinais de aterosclerose, com diminuição da circulação sanguínea para determinado grupamento muscular por obstrução do fluxo por placas de colesterol.

Como evitar as câimbras ?

Para se evitar a câimbra deve ser realizada uma boa sessão de alongamento antes e após exercícios, principalmente para sedentários, boa hidratação antes, durante e depois do esforço e evitar exercícios em dias muito quentes.

Existe um grupo de pessoas que apresentam câimbras noturnas, principalmente nos membros inferiores (panturrilha e pés em geral). Em geral apresentam a chamada câimbra noturna idiopática (sem causa aparente). São pessoas normalmente com história familiar e que não se consegue detectar nenhum tipo de alteração que justifique o quadro.

Nesse grupo, recomenda-se um programa de alongamento 15 minutos antes de dormir, dar preferência para alimentos ricos em cálcio e magnésio, manter uma boa hidratação ao longo do dia e evitar o sedentarismo. Algumas pessoas precisam de sapatos especiais que evitam contrações involuntárias.

Os alongamentos parecem ser o melhor método para prevenir câimbras, principalmente quando ocorrem nas pernas. É importante salientar que não vai ser de um dia para o outro que o alongamento trará resultados. É preciso pelo menos algumas semanas com alongamentos diários para o músculo ter mais resistência às contrações involuntárias.

Hidratação adequada e alongamentos frequentes, resolvem os problemas das maiorias das pessoas com câimbras idiopáticas, ou seja, aquelas que não são causadas por nenhuma doença específica. O melhor modo de controlar o grau de hidratação do corpo é através da cor da urina. Pessoas desidratadas apresentam urina muito amarelada e normalmente com cheiro forte, enquanto que um corpo hidratado produz urina clara e sem cheiro.

Existem alguns medicamentos com vitamina E, complexo B, verapamil, cloroquina e gabapentina que podem ajudar em casos específicos, mas que só devem ser tomados após avaliação médica.

Água tônica possui pequenas quantidades de quinina uma substância que também parece prevenir câimbras. Existem relatos de melhora das câimbras noturnas após alguns dias ingerindo água tônica à noite.

Doentes em hemodiálise apresentam câimbras frequentemente. A câimbra é um sinal de redução do fluxo sanguíneo para o músculo acometido. Em geral ocorre por retirada (ultrafiltração) em excesso de líquidos durante as sessões ou por doses elevadas de anti hipertensivos. Doente com câimbras que não usam anti hipertensivos devem aumentar seu peso seco (peso após a sessão de hemodiálise). Doentes com câimbras mas que usam remédios para hipertensão, devem suspendê-los ou reduzir a dose, mesmo que a pressão ainda esteja mal controlada.

TREINAMENTO FUNCIONAL NO FUTEBOL


Por Sandro Sargentim

Com o passar dos anos a ciência aliada ao treinamento desportivo vem buscando aperfeiçoar mecanismos de aplicação de treinamentos que busquem a excelência em rendimento através de métodos específicos de cada modalidade. Os esportes individuais no decorrer dos anos alcançaram resultados mais diretos na busca pela especificidade da manipulação das cargas de treinamento comparado aos esportes coletivos.

O futebol, dos esportes coletivos, sempre foi a modalidade que mais impõe barreiras para a implantação de técnicas novas de treinamento que visam não somente alto rendimento individual e coletivo, mas geram uma adaptação ao organismo do atleta, proporcionando uma maior equilíbrio muscular e com isso um menor risco de lesões muscular e articular.

O treinamento funcional tem como foco dentro do futebol dois objetivos claros e interdependentes:

1- Melhora do movimento específico do futebolista durante as fases mais intensas e decisivas do jogo;
2- Um maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso as chances de dores e lesões inerentes ao futebolista.

As vertentes que compõe o treinamento funcional dentro do futebol são:

Treinamento de Força, core e Propriocepção.A força é aplicada com o principal objetivo de melhora da resposta muscular aos movimentos mais intensos e específicos do jogo. O treinamento de força tem como função primária melhorar a ação motora do futebolista dentro dos treinamentos e jogos.

O futebol é um esporte misto e intermitente, onde o atleta realiza diversas ações musculares intensas e curtas com longas pausas para as novas ações. As ações motoras na fase ativa da partida, na maior parte das vezes, são realizadas através de movimentos rápidos e intensos com ação específica dos grandes grupos musculares.

A manipulação dos exercícios de força pretende dentro do futebol, criar uma adaptação ao atleta, para poder realizar os movimentos com mais intensidade e segurança, prorrogando ou diminuindo a chance de fadiga muscular. As manifestações de força do futebolista são força máxima, força explosiva e resistência de força explosiva. Para o futebolista poder desempenhar o seu melhor desempenho através do treinamento de força, o fortalecimento das suas articulações e bem como seu centro de equilíbrio e controle deve ser treinado e aprimorado através do treinamento do core e da propriocepção.

A região do core pode ser entendida com a conexão entre os membros superiores e inferiores, se tornado a base do movimento de cada indivíduo, pode ser entendido como o produto de um controle motor e da capacidade muscular do complexo quadril-lombar-pelve. Os movimentos realizados pelos membros são iniciados e posteriormente equilibrados pela região do core. Com o core bem equilibrado e fortalecido, o futebolista conseguirá realizar as ações musculares com maior segurança, gerando mais força com menos gasto de energia e conseqüentemente uma menor possibilidade de fadiga.

Contudo por mais força que o atleta conseguir realizar pelos membros e por mais fortalecido e equilibrado estiver a região do core, de pouco adianta se as articulações específicas não forem treinadas e fortalecidas da forma pontual e correta. A propriocepção tem como principal característica o fortalecimento das articulações correspondentes ao futebolista (tornozelo, quadril e joelho).

A propriocepção não age isoladamente na articulação, ela fortalece também a musculatura que compõe cada articulação. O fortalecimento articular através da propriocepção acontece através da estimulação dos receptores (especialmente os mecanorreceptores), da estimulação ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi.

O treinamento funcional dentro do futebol é realizado dentro dessas três vertentes (força, core e propriocepção). A principal diretriz para a aplicação treinamento funcional dentro do futebol é conseguir aplicar cada uma das vertentes de forma específica, simulando os exercícios com gestos iguais ou parecidos com os realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos.

Os exercícios para serem específicos devem ser realizados pelos grupamentos musculares específicos dos futebolistas, com a alta intensidade, com a velocidade de movimento parecida com a de jogo, e com a freqüência de movimentos próxima a da realidade encontrada em uma partida de futebol. É possível o treinamento de forma integrada, com as três vertentes do treinamento funcional estimuladas ao mesmo tempo, ou isolando cada uma das vertentes em cada sessão de treino, essa divisão é pedagógica e pode evoluir de acordo com aceitação e evolução dos atletas.

O treinamento funcional dentro do futebol não prioriza a prevenção de lesões em detrimento ao alto rendimento, ele contribui para os dois objetivos agirem em conjunto proporcionando ao futebolista moderno um maior fortalecimento e equilíbrio muscular, potencializando o rendimento de forma complexa e específica.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nutrindo o futebolista no dia do jogo: como melhorar o desempenho?


Para abastecer o organismo, deve-se aumentar a reserva de carboidratos e consumir proteínas de 3 a 4 antes do apito inicial
Giovana Guido*

Muitos atletas do futebol não fazem ideia da importância que uma boa alimentação, principalmente no dia do jogo, pode trazer de benefício para seu rendimento e recuperação. Por isso, refeições bem planejadas no dia do jogo poderão surtir bons resultados.

Mas deve-se lembrar que uma dieta equilibrada durante toda a pré-temporada é tão ou até mais importante quanto à dieta do dia. Porém, vamos focar em alguns aspectos da nutrição no dia do jogo:

Antes do jogo
O objetivo é melhorar a recuperação de uma semana exaustiva de treinos e abastecer o organismo para aquele jogo importante. Para que isso ocorra, devemos aumentar o estoque de glicogênio muscular e fígado (reserva de carboidratos), consumir proteínas o suficiente para reparar o tecido muscular, manter uma boa hidratação e evitar excesso de gorduras e açúcares.

O ideal é de 3 a 4 horas antes do jogo, o atleta consumir uma refeição mais consistente usando carboidratos integrais, proteínas e um pouco de gordura saudável. Incluir líquidos também, pelo menos 400 ml. Por exemplo:

- Arroz integral com batata doce + peito de frango + salada temperada com azeite de oliva e água de coco ou;

- Lanche natural com pão integral, frios e salada + 3 castanhas + barra de cereais + suco de frutas.

E cerca de 60-90 minutos antes do jogo, completar com algo leve como: bebidas isotônicas, água de coco, frutas, etc.

Durante o jogo
O objetivo é diminuir ao máximo a perda dos estoques do corpo, de energia, de água e eletrólitos (minerais). Os atletas devem fazer reposição durante o jogo para evitar fadiga precoce e desidratação excessiva. Durante o intervalo do jogo, consumir bebidas isotônicas, água de coco ou géis de carboidratos. Para aqueles que sentem fome, podem consumir frutas.

Após o jogo
Após o jogo a intenção é recuperar os músculos, repor estoques e reidratar o organismo o mais rápido possível. A ideia é iniciar a recuperação imediatamente após o jogo com bebidas isotônicas e géis de carboidrato. Após isso, consumir pães, cereais, iogurte, frios magros, biscoitos, frutas, batata inglesa e muitos líquidos.

Nas próximas 24 horas após o jogo, caprichar no consumo de carboidratos, principalmente.

*Nutricionista graduada em Nutrição pela Universidade São Judas Tadeu, especialista em Nutrição Clínica e metabolismo pela Universidade Gama Filho e cursando Nutrição Esportiva também pela Universidade Gama Filho.

Contato: giovana.guido@yahoo.com.br

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PROPRIOCEPÇÃO

A propriocepção é hoje uma das mais importantes fases do tratamento fisioterapêutico e vem ganhando espaço nos clubes de futebol com objetivo de prevenir lesões e proporcionar ganhos de força muscular em atletas, por isso a importância da atualização sobre este assunto. Este artigo aborda o que é propriocepção, como os receptores convergem os estímulos externos em proprioceptivos, os principais receptores articulares, tendinosos e musculares; exercícios proprioceptivos e as suas fases. Aborda ainda a neurofisiologia da lesão e da propriocepção. Este trabalho tem o objetivo de demonstrar aos leitores a importância da propriocepção na prevenção de lesões repetitivas.

NEUROFISIOLOGIA
Sabe-se que praticamente todas as pessoas passaram, passam ou passarão um dia por algum tipo de lesão, refiro-me especialmente as lesões articulares e musculares, e boa parte dessas lesões são causadas por algum tipo de trauma que levam a pessoa ao desequilíbrio, instabilidade, e por conseqüência a lesão.

Entretanto, muitas vezes uma pessoa se encontra em uma situação de total desequilíbrio e não se lesiona. Isso ocorre graças ao engrama sensorial, que é formado, de diferentes formas e individualmente, de acordo com as experiências já vivenciadas. Quanto mais e diferentes estímulos uma pessoa teve em sua vida, provavelmente terá menos lesões por falta de estabilidade, uma vez que o organismo reconhecerá aquele estimulo e desta forma rapidamente será capaz de se adaptar, gerando equilíbrio.

Quando uma articulação é lesionada toda aquela memória antes formada é perdida, sendo necessário que haja formação de nova memória para evitar lesões repetitivas naquela articulação. Deve-se prevenir a formação de um engrama sensorial patológico, normalmente adquirido pela posição antálgica.

Os grandes responsáveis por todo esse processo de percepção de movimento, posição articular etc. são os receptores. Os receptores são pequenos órgãos especializados em internalizar informações obtidas do meio externo ou mesmo de enviar informações ao SNC sobre as relações do corpo com ele mesmo ou com o meio externo.

"As informações partidas dos receptores, chegada rápida e corretamente ao SNC, determinará uma resposta adequada, equilibrando músculos agonistas e antagonistas, ajustando a posição ou o movimento articular". Tais informações chegam ao SNC pela capacidade que os receptores de converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de sua membrana. Esse fato é chamado de potencial gerador. As fibras nervosas aferentes, ou seja, que levam as informações ao SNC, transformam esse potencial gerador inicial em potenciais de ação, que serão transmitidos ao longo dessas fibras até o SNC. Para cada mínimo movimento haverá uma despolarização da membrana com uma voltagem específica.

O equilíbrio também é dado por esses receptores que informam constantemente ao SNC a posição articular e a velocidade do movimento através das fibras eferentes, que trazem as respostas do SNC.
TIPOS DE RECEPTORES:
Receptores articulares musculares e tendinosos
Detectam alterações de tensão e posição das estruturas na qual estão localizados: ângulo articular, velocidade de movimento articular, tração articular, contração muscular e força da contração muscular.

- Receptores articulares
São encontrados nas cápsulas e ligamentos articulares. São estimulados a partir da deformação.
A informação destes receptores articulares notifica continuamente o SNC sobre a angulação momentânea e a velocidade do movimento da articulação.

Tipo 1

São encontrados no interior da cápsula articular. Fornecem informações acerca das mudanças na posição articular. É um mecanorreceptor estático e dinâmico, dependendo da posição, pressão intra-articular, e dos movimentos articulares (ativos e passivos).
Sua adaptação é lenta, sendo ativado em todas as posições articulares, mesmo com a articulação em repouso. Podem ser ativados também por tato e pressão.

Tipo II

São encontrados na cápsula articular. Fornecem informações sobre a velocidade do movimento. E um mecanorreceptor dinâmico.
Sua adaptação é rápida e inativa em repouso. E estimulado por estímulos mecânicos rápidos e repetitivos.

Tipo III

São encontrados nos ligamentos. Registram a verdadeira posição articular. E um mecanorreceptor dinâmico.
Sua adaptação é lenta. E estimulado com movimentos externos ativos ou passivos.

Tipo IV

São encontrados nas cápsulas articulares. Fornecem informações dolorosas a nível dos tecidos articulares.
Sua adaptação é lenta. E ativado pelas deformações mecânicas.

- Receptores musculares

Fusos neuromusculares

São encontrados nos músculos esqueléticos.
Sinalizam o comprimento do músculo e a velocidade do movimento. Detectam as modificações no comprimento das fibras musculares extrafusais pela contração e enviam essas informações para o SNC onde se geram reflexos para manter a postura do corpo e regulam as contrações dos músculos envolvidos nas atividades motoras.
As fibras intrafusais do fuso neuromuscular são envoltas por terminações nervosas anuloespirais. Quando há alongamento ou estiramento dessas fibras, as terminações nervosas sofrem deformações e são ativadas. Dai essa informação de deformação passa pelas fibras nervosas aferentes que fazem sinapse com os grandes neurônios motores do corno anterior da medula, chegam a área somestésica e voltam através dos neurônios eferentes. O estímulo é transmitido as fibras extrafusais, através das placas motoras, que então se contraem. A esse fenômeno chamamos de reflexo miotátíco
O encurtamento do músculo como um todo alivia o estiramento dos fusos musculares, removendo, portanto o estimulo dos receptores.

- Receptores tendinosos

Órgão tendinoso de Golgi (OTG)

Situam-se dentro dos tendões, próximos do ponto de fixação das fibras musculares. Algumas fibras se conectam diretamente com o OTO, que é estimulado pela tensão produzida por esse feixe de fibras, ou seja, quando há estiramento do tendão (ou contração muscular).
A chegada destes impulsos aferentes na medula excita os interneurônios inibitórios, que por sua vez inibem os motoneurônios do músculo em contração, limitando assim a força desenvolvida e que será maior que a tolerada pelos tecidos que estão sendo estirados. Neste ponto agem como "disjuntores" do músculo. Esse fato é chamado de reflexo miotático inverso

Em casos de lesões os receptores podem estar alterados, causando desequilíbrios.
Devido à posição antálgica, adquirida como um mecanismo pessoal de proteção, há formação de engrama sensorial patológico. Deve-se prevenir este engrama patológico Essa articulação deve ser trabalhada o mais rápido possível para a formação de um novo engrama sadio. Isto pode ser feito através de exercícios proprioceptivos que através dos desequilíbrios estimulam os receptores a enviarem informações ao cérebro para que este envie respostas motoras na tentativa de equilibrar o corpo.
Este ciclo equilíbrio/desequilíbrio atuará na formação da "memória do movimento".
No SNC a informação é integrada com as que vêm dos órgãos sensoriais: retina e aparelho vestibular. Esses sentidos são usados para ajustar a localização, tipo, número e freqüência de ativação das unidades motoras, de tal modo que uma apropriada tensão muscular seja desenvolvida para efetuar os movimentos desejados.

EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS:
São exercícios específicos que visam estabelecer o equilíbrio dinâmico das articulações. São executados mediante tomada de peso sobre a articulação e situações criadas a fim de promover a reeducação do equilíbrio.
Promovem desequilíbrio músculo-articular, que proporcionam movimentos complexos e estabilizam a articulação.
A importância e o objetivo destes exercícios consistem em após uma lesão provocar desequilíbrios, através de diferentes estímulos para que haja equilíbrio e conseqüente formação de novo engrama.

Finalidade:

- Diminuição do período de latência nervosa, ou seja, do tempo existente entre a introdução de um estímulo e uma resposta a ele.
- Formação de engrama sensorial, importante para que se evite lesões repetitivas.
- Aquisição de confiança por parte do paciente para voltar as suas atividades.
- Importância emocional.

Os exercícios proprioceptivos podem ser divididos em três fases:

1. Fase ativa-estática: desequilíbrio provocado pelo fisioterapeuta, onde o paciente fica aproximadamente 40 segundos tentando reagir para manter-se equilibrado.

2. Fase ativa-dinâmica: exercícios mais complexos, com adição de superfícies de apoio para execução de cada exercício.

3. Fase de proteção de prática desportiva: alterna-se o ritmo, as superfícies de execução e as posições de simulações dos gestos desportivos, tendo como principal objetivo à integralização dos movimentos globais e específicos do gesto desportivo.

Podem ser utilizados ainda na propriocepção aparelhos como o "skate", "cama elástica", "balancinho", "giro-plano", podem ser feitos circuitos, enfim, o mais importante para o terapeuta e ter criatividade para inventar o máximo de situações diferentes de desequilíbrio do paciente para que haja posteriormente o equilíbrio.


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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Utilização dos exercícios em cadeia cinética fechada no futebol


Escolha das atividades em treinamento de força pode ser o diferencial no decorrer de uma competição, buscando sempre especificidade e funcionalidade
Rafael Martins Cotta*
A Copa do Mundo foi uma amostra de como o esporte está igual no que se diz respeito ao condicionamento físico. Equipes disputando minuto a minuto o resultado, tendo estas tradição no esporte ou não. Sabemos também que o futebol é uma das únicas modalidades que não podemos dizer antes do final da partida quem será o vencedor. O treinamento físico tem deixado os atletas em condições semelhantes, principalmente quando falamos de uma capacidade física tão importante como a força.

Sabemos que para se treinar esta capacidade devemos recorrer aos exercícios resistidos e logo pensamos nos aparelhos de musculação. Porém, seria mais inteligente da nossa parte se pensássemos na especificidade dos movimentos que os atletas realizam para realização de suas funções dentro da competição. Quais as articulações e músculos exigidos numa ação específica e como ela é realizada quando solicitado e qual o ou quais os exercícios que serão realmente importantes para que haja uma maior transferência para o gesto motor no momento mais importante do processo que é o jogo.

¹Entende-se por cadeia cinética a combinação de várias ações articulares que unem segmentos sucessivos, podendo esta ser dividida em aberta e fechada. Em cadeia cinética aberta (CCA) o segmento distal está livre para se mover e o movimento é produzido pela contração do agonista, a origem é fixa e a contração muscular produz movimento na inserção. Já em cadeia cinética fechada (CCF), o segmento distal está fixo e as partes proximais se movem, o movimento é funcional onde a suporte de peso com contração de ambos os grupos musculares (agonistas e antagonistas (CO-CONTRAÇÃO)), oferece propriocepção onde provê informação relacionada ao movimento, posicionamento, velocidade e aceleração articular e tensão músculo tendínea; seus exercícios para os membros superiores são usados para controle neuromuscular dos músculos que atuam para estabilizar a cintura escapular e realizam fortalecimento como os apoios e pranchas.

²Estudos biomecânicos relatam que os exercícios em cadeia cinética fechada oferecem uma maior segurança produzindo menos forças e estresses às estruturas que estão envolvidas no processo de reabilitação do que os exercícios em cadeia cinética aberta.

De acordo com as definições acima, começamos a entender o porquê das vantagens em se aplicar o treinamento em CCF. Abaixo vou expor alguns pontos que relevam o treinamento de força em CCF:

1. Os exercícios em CCF são funcionais;
2. Os exercícios em CCF são multiarticulares, ou seja, ao simular o movimento específico envolvem mais de uma articulação na execução do exercício;
3. Um conhecido exercício em CCF é o agachamento, que simula um salto que consequentemente é um excelente estimulador da potência muscular trabalhando os componentes elásticos;
4. Oferecem propriocepção sendo estes também exercícios preventivos trabalhando o sistema sensório motor através da geração de instabilidade;
5. Seus exercícios para membros superiores fortalecem o core que terá grande eficácia na prevenção de lesões e oferecerá uma maior sustentação para esta região na execução dos exercícios de agachamento, afundo, etc;
6. Para sua realização necessita-se apenas de barras, anilhas e halteres, onde estes podem ser levados para o campo com maior facilidade e oferecer uma maior e mais rápida transferência.

O treinamento em CCF deixa mais específica as sessões de treinamento de força, porém temos que conhecer nossos atletas para sabermos em que nível de movimento eles estão para poder ou não realizar determinados exercícios em CCF, e se tem ou não capacidade de suportar altos pesos como por exemplo num trabalho de força máxima. Fortalecer o core e as articulações através do sistema sensório motor são primordiais no treinamento e treinar em CCF favorece esses ganhos.

Exercícios como o meio-agachamento, agachamento profundo, avanço, afundo, recuo, agachamento sumô, stiff e agachamento lateral são exemplos de CCF, pois realizam movimentos semelhantes ao da modalidade, fortalecem músculos solicitados nos movimentos e trabalham de uma forma toda a região inferior. Como já descrito acima, os exercícios em CCF para os membros superiores têm grande importância com relação à prevenção no processo de treinamento.

A sua periodização pode ser composta por estes exercícios trabalhando com a ajuda de diferentes métodos para o ganho de força, em que para ganho de resistência de força podemos utilizar trabalhos em circuito por tempo (aproximadamente 30 segundos) ou 8-12 repts para hipertrofia e mais de 12 para resistência muscular - até três séries são necessárias para os ganhos de força de acordo com o período de preparação, no qual as pausas entre as séries devem ser determinadas de acordo com a intensidade do treino e o objetivo; para ganho neural visando aumentar o recrutamento de unidades motoras num trabalho de força máxima podemos utilizar aproximadamente oito séries (dependendo do número de exercícios) com até seis repts com 80 a 95% de uma ação voluntária dinâmica máxima mediante o teste, pausando de três a cinco minutos visando recuperar completamente as fontes energéticas, para ganho de potência podemos utilizar agachamentos com saltos utilizando como peso até 5% do peso corporal e também os exercícios de LPO (Levantamento de peso olímpico), como arranque e arremesso.

Pode-se também enriquecer este trabalho gerando mais instabilidade nos exercícios através de equipamentos simples, como o disco de instabilidade, pranchas de equilíbrio, camas-elásticas, balancins, etc., nos quais realizamos o exercício em cima destes deixando o mesmo mais difícil e conseqüentemente obtendo maiores ganhos.

Concluindo, é importante que antes de aplicar estes exercícios em nossos atletas, precisamos conhecer o grupo que temos em nossas mãos e verificar se os mesmos estão aptos a receber este tipo de treinamento ou se os mesmos precisarão ser submetidos a um período de adaptação para que futuramente o mesmo seja aplicado com mais eficácia. Os exercícios em CCF são seguros, porém requerem severo acompanhamento do/s preparador/res físico/os. Com a correção da postura, menos riscos de lesões, algo muito importante.

Referências

¹http://www4.fct.unesp.br/docentes/fisio/masselli/2ano/6%20aula.pdf
²Técnicas de Reabilitação em Medicina Esportiva - William E. Prentice - 3 edição

*Preparador físico do E.C. Santo André (categorias de base) / Centro de Formação e Treinamento de Futebol

domingo, 3 de outubro de 2010

Avaliações Físicas-São Gonçalo F.C-2010

Avaliação Anaerobica consiste no controle das vias fornecedoras de energia na ausencia de oxigenio.Porem,e interessante ressaltar que,quando avaliamos estas vias mtabolicas,nao significa que as vias aerobicas(que utilizam oxigenio pra obtençao de energia)nao estejam atuando;muito pelo contrario,tais vias estao em seu maximo pra complementar o formecimento de energia pra atividade em questao.Pdemos dizer que a via aerobia nao ira possuir muita influencia apenas em atividades de intensidades maximas e extremamente curtas,pois,nesta situação,nao havera tempo habil pra ativar estas vias produtoras de energia,uma vez que elas possuem diversas reacoes que levam certo tempo pra fornecimento de ATP.

RAST-TEST(RUNNING ANAEROBIC SPRINT TEST)*EXECUCAO:CONSISTE EM EXECUTAR 6 SPRINT EM MAXIMA VELOCIDADE COM 10 SEGUNDOS DE RECUPERAÇAO ENTRE OS SPRINT,NA METRAGEM DE 35M.PARAMETROS OBTIDOS POTENCIA MAXIMA,MEDIA E INDICE DE FADIGA.

*ACOMPANHE O VIDEO*

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Fisiologia: Utilização da cafeína como recurso ergonênico

A cafeína é um alcalóide encontrado em chás, café, refrigerantes, inibidores de apetites, analgésicos, remédios para gripe e resfriados, entre muitos outros. Sua ingestão oral é rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal, atingindo seu pico de concentração no plasma entre 40 e 60 minutos.

Para que ela seja considerada como doping, é necessária uma dosagem de mais de 10 xícaras antes de uma prova esportiva, por exemplo. A cafeína consegue atravessar rapidamente a membrana celular (por ser lipossolúvel), e sua meia vida é de aproximadamente 3 a 5 horas.

A cafeína tem sido amplamente utilizada no esporte, seja em competições ou durante períodos exaustivos de treinamento. A administração desta substância pode ser feita de diversas formas, dentre as quais destacamos a administração oral, intraperitoneal, injeções subcutânea ou intramuscular e também através da aplicação de supositórios. Sua ação pode atingir todos os tecidos, pois o seu transporte é feito via corrente sangüínea, sendo posteriormente degradada e excretada pela urina (Altimari et al, 2006).

Quando utilizada em doses “corretas” (aproximadamente entre 2 a 9 mg/Kg de peso corporal), provoca aumento no estado de vigília, diminuição da sonolência, diminuição da fadiga, incremento na respiração e no metabolismo. Acredita-se que a cafeína possua mecanismos de ação central e periférica que podem desencadear importantes alterações metabólicas e fisiológicas, as quais parecem melhorar a performance atlética.

Em exercícios aeróbios, a cafeína tem aumentado o tempo de exercício até a exaustão muscular, além da diminuição da percepção de fadiga com a realização do exercício. È interessante salientar que estas melhoras na performance é devido ao aumento do sistema nervoso simpático, que aumenta a disponibilidade de ácidos graxos livres (AGL) e a lipólise, diminuindo a utilização do glicogênio e aumentando a oxidação de gordura durante o exercício.

Em exercícios de características anaeróbias, a suplementação com cafeína parece agir sobre o retículo sarcoplasmático, aumentando sua permeabilidade ao cálcio, tornando este mineral prontamente disponível para o processo de contração muscular. Vale lembrar que a cafeína parece agir melhor em fibras de contração lenta (tipo I) quando comparado com fibras do Tipo II.

Não existe a necessidade de se administrar a cafeína durante o exercício, sendo mais interessante seu uso antes. A cafeína pode permanecer no plasma até 6 horas após sua administração. Pessoas não habituadas a cafeína (ingestão diária < 50mg/Kg) têm melhores resultados quando comparadas com pessoas usuárias (> 300 mg/Kg). Estudos indicam que a ingestão da cafeína em cápsula seja mais interessante do que a administração com café.


REFERÊNCIAS

DAVIS, J.M.; ZHAO, Z.; STOCK, H.S.; MEHL, K.A.; BUGGY, J.; HAND, G.A. Central nervous system effects of caffeine and adenosine on fatigue. Am. J.Physiol. Regul. Integr. Comp. Physiol., v.284, n.2, p.399-404, 2003.

JUHN, M.S. Popular sports supplements and ergogenic aids. Sports Med., v.33, n.12, p.921-939, 2003.

KALMAR, J.M.; CAFARELLI, E. Effects of caffeine on neuromuscular function. J. Appl. Physiol., v.87, n.2, p.801-808, 1999.

SPRIET, L.S. Caffeine and performance. Int. J. Sports Nutr., v.5, n.1(suppl), p.S84-99, 1995.

ALTIMARI, L.R. et al. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. v42(1), 17-27, 2006




.: Prof. Mestrando Gustavo Barquilha
.: Pesquisador do GEPEFFA – Unifieo
.: Membro do ICAFE – Universidade Cruzeiro do Sul
.: Preparador Físico da Equipe Black Belt JJ Club (Jiu-Jitsu/Submission/MMA)
.: Site: www.gustavobarquilha.com.br

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Avaliações Físicas-São Gonçalo F.C-2010

VELOCIDADE:A VELOCIDADE E A CAPACIDADE DE PERCORRER UMA DETERMINA DISTANCIA NO MENOR TEMPO POSSIVEL.A VELOCIDADE E INFLUENCIADA PELO TEMPO DE REAÇÃO(TEMPO DO SINAL DE LARGADA ATÉ OS PRIMEIROS MOVIMENTOS)E PELO TEMPO MOTOR(PRIMEIROS MOVIMENTO ATÉ O FINAL DA ATIVIDADE).
*TESTE DE VELOCIDADE*
O TESTE CONSISTE EM TRES ESTIMULOS DE 40M PICO DE POTENCIA,TRES ESTIMULOS DE 20M ACELERAÇÃO E 10M ARRANGUE.PARAMETROS ANALIZADOS POTENCIA,ACELERAÇAO,ARRANGUE E INDICE DE FADIGA.

*ACOMPANHE OS VIDEOS*

Teste de Velocidade 10m(Arrangue)

Teste de Velocidade 20m(Aceleraçao)

Teste de Velocidade-40m(Pico de Potencia)

domingo, 19 de setembro de 2010

Avaliações Físicas-São Gonçalo F.C-2010

Teste de Agilidade
Agilidade e uma variavel neuro-motora caracterizada pela capacidade de realiza trocas rapidas de direção,sentido e deslocamento da altura do centro de gravidade de todo o corpo ou parte dele(Stanziola & Prado,1983 apud Matsudo,1983).

*Acompanhe o video*

TEST DE AGILLITY ILLINOIS(AGILIDADE)

sábado, 4 de setembro de 2010

Aeróbio Antes Ou Depois Da Musculação? Eis A Questão!

Muitas questões intrigam os praticantes e profissionais de educação física, e entre as perguntas que mais exigem respostas científicas atualmente é se correr na esteira ou pedalar na bicicleta antes do treino de força na musculação prejudica a realização das repetições deste exercício.
Outro problema é se estes exercícios realizados depois da musculação permitem um maior gasto de energia ou uma maior queima de gordura.
Para estudar melhor este tema, os pesquisadores da Universidade de Columbia no Canadá verificaram se o exercício aeróbio intenso ou moderado na bicicleta ergométrica quando realizado antes da musculação, reduz as repetições num exercício de força.
Os pesquisadores Sporer e Wenger selecionaram 16 indivíduos de modalidades variadas para participarem do estudo.
Os indivíduos foram avaliados através de testes de repetições em 3 dias diferentes. O teste na musculação consistia de 4 séries de máxima repetições, utilizando 75% da força máxima.
Um dia os participantes do estudo não faziam treino na bicicleta ergométrica antes do teste de repetições. 72h depois faziam outro teste, porém com um treino aeróbio antes, realizado na bicicleta ergométrica. Este treino foi considerado de alta intensidade (entre 85% e 100%) pelos pesquisadores.
Faziam 6 estímulos de pedaladas intensas de 3 minutos com 3 minutos de recuperação leve. 72 horas depois deste segundo teste, faziam o terceiro teste. Pedalavam por 36 minutos numa intensidade de 70% antes do teste de força.
Os pesquisadores constataram que não havia diferença significativa entre um tipo de treino aeróbio ou outro (intenso ou moderado) precedendo a musculação na força de repetição máxima.
O teste no supino não era afetado pela bicicleta, mas no leg-press a queda no número de repetições era significativa.
Num estudo Americano publicado em 2005, Drummond fez uma pesquisa usando as seguintes comparações: musculação sem corrida antes ou depois, musculação precedendo uma corrida de 25 minutos e uma corrida de 25 minutos precedendo a musculação.
O gasto de energia na corrida era maior quando se fazia musculação antes desta corrida, porém depois do exercício, na recuperação, o gasto de energia ou aceleração metabólica era maior no grupo da musculação realizada depois da corrida.
Os pesquisadores encontraram também uma aceleração no metabolismo depois da musculação, quando não se fazia corrida antes ou depois.
A percepção do esforço era mais favorável quando se fazia aeróbio antes, como se fosse uma preparação para o exercício posterior.
Pelo verificado nestas pesquisas, deve-se ter atenção para o excessivo treino aeróbio antes, especialmente em bicicleta, para não prejudicar o exercício de força para os músculos da coxa quando este for feito depois da corrida.
Com relação as calorias totais, somando o gasto durante e depois do exercício, não há vantagem em correr depois em comparação a correr antes da musculação. Parece que o mais importante é como o indivíduo se sente fazendo uma técnica ou outra.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Treinamento Funcional: A malhação do futuro


por Greice Rodrigues
Primeiro foi a explosão da aeróbica, seus pulos e suas indefectíveis polainas à Jane Fonda. Depois vieram a musculação e seus aparelhos pesados, a onda zen e suas aulas de ioga e meditação e a febre do Pilates, o método que conquistou o mundo com seus equipamentos mais suaves e a proposta de aumentar a consciência que temos sobre nosso corpo. Agora, se você quiser entender como será o fitness do futuro, esqueça tudo isso. Ou melhor, esqueça tudo isso visto assim, separadamente, com cada modalidade apresentando objetivos distintos e, na maioria dos casos, trabalhando o corpo como se ele fosse composto por partes que não se comunicam entre si. A nova malhação, que já está mudando a rotina das academias mais modernas do País, até utiliza um pouco de cada um dos métodos, mas, ao contrário do que se via até recentemente, os combina, não os separa. E os une de maneira precisa e harmônica, sem que nenhum se sobreponha ao outro.

Além disso, pela primeira vez, os exercícios estão movimentando regiões, músculos e outras estruturas do corpo jamais trabalhadas anteriormente – esforço feito com a ajuda de equipamentos criativos, desenhados para exigir mais, é verdade, mas também para ajudar no desenvolvimento de habilidades como equilíbrio e concentração. Tudo ao mesmo tempo. O objetivo final desse novo fitness é claro: garantir ao praticante um corpo saudável o suficiente para enfrentar sem tanto sofrimento os desafios do dia a dia e do envelhecimento.

Este conceito de malhação está baseado em três pilares: o primeiro é o exercício funcional, cuja finalidade, como o nome diz, é garantir que o corpo mantenha a sua funcionalidade. Ou seja, preservar sua capacidade de executar desde movimentos simples, como sentar-se ou pegar algo na prateleira, até alguns mais específicos, como aqueles exigidos de um esportista como corredor ou jogador de tênis. O segundo é o Core, um jeito completamente inovador de trabalhar o abdome, a região na qual todo o corpo está conectado. E o terceiro são os exercícios intensos intervalados, caracterizados pela alternância de intensidade com que são realizados.

Esses três elementos não foram inventados da noite para o dia, como se alguém tivesse tido um estalo mágico. Eles são resultado de uma ciência do esporte que amadurece ano a ano, muito por conta do anseio de oferecer respostas a uma população ávida por aprimorar o desempenho físico, mas, especialmente, devido à necessidade de oferecer estratégias mais eficazes para o treinamento dos atletas de alta performance. Por isso, não é à toa que os três já são usados por esses indivíduos. A diferença, agora, é que a revolução começa a chegar ao praticante comum.

Esse três elementos não foram inventados da noite para o dia, como se alguém tivesse tido um estalo mágico. Eles são resultado de uma ciência do esporte que amadurece ano a ano, muito por conta do anseio de oferecer respostas a uma população ávida por aprimorar o desempenho físico, mas, especialmente, devido à necessidade de oferecer estratégias mais eficazes para o treinamento dos atletas de alta performance. Por isso, não é à toa que os três já são usados por esses indivíduos. A diferença, agora, é que a revolução começa a chegar ao praticante comum.

A maioria das principais academias do País começa a introduzir esses conceitos. Em São Paulo, eles pautam os exercícios na Runner, na Cia. Athletica e na Fórmula. Na Contours, rede exclusiva para mulheres, o investimento foi em equipamentos e na formação dos professores. “As aulas foram adaptadas e a resposta das nossas clientes tem sido muito satisfatória”, conta Antonio Cassiano Ximenes, responsável pela marca no País. No Rio de Janeiro, uma das que acompanham a evolução é o Espaço Stella Torreão. “Eles estão mudando o jeito de exercitar o corpo”, diz Stella.

Quem se dirigir a um desses estabelecimentos certamente irá se deparar, por exemplo, com uma aula de exercício funcional. De cara, percebe-se a diferença em relação às manjadas aulas em que todos fazem os mesmos movimentos, repetindo séries monótonas. Na aula de funcional, cada aluno percorre um circuito pontuado por aparelhos de nomes esquisitos, como o bosu, uma espécie de bola cortada ao meio, a medicine ball ou fitball, uma grande bola, pranchas, elásticos, minitrampolim, halteres e pequenas rampas que ajudam a desenvolver de forma mais eficiente habilidades exigidas na vida diária, como coordenação, equilíbrio e agilidade. Em cada um dos pontos o praticante é desafiado a ficar em posições diferentes. Pode tanto ser obrigado a mover os halteres enquanto se equilibra sobre o bosu ou enquanto fica sobre um pé só. “A proposta é treinar movimentos, e não apenas músculos, como acontece na ginástica tradicional”, explica a fisiologista Vera Madruga, do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade Estadual de Campinas.

De fato, isso é fundamental quando o que se quer do corpo é que, mesmo com o passar dos anos, ele continue apresentando capacidade de executar grandes e pequenos movimentos, mantendo sua funcionalidade. E o grande problema com o treino convencional é que ele não garante essa maleabilidade e tampouco fortalece músculos normalmente exigidos em atividades corriqueiras, como amarrar os sapatos.

Exercícios localizados, como a musculação, realizados sempre com alguma carga ou em aparelhos de resistência fixa, estimulam os músculos de maneira isolada. No modelo funcional, o mesmo treino pode ser realizado sobre a medicine ball, apresentando resultados mais completos. “A bola é uma superfície instável que exige a mobilização de um grupo maior de músculos responsáveis pela sustentação do corpo”, explica o professor de educação física Vilmar Villas, gerente técnico da Cia. Athletica. Essa é uma das razões pelas quais uma pessoa que faz a musculação tradicional, se ficar muito tempo de pé em uma fila de espera, provavelmente irá sentir um desconforto na região lombar. “Já aquela que faz treino funcional não sentirá o incômodo porque sua musculatura estará mais preparada para esse tipo de stress”, diz Villas.

Para os atletas, os exercícios funcionais têm essa amplitude global, mas se voltam mais especificamente para atender às necessidades de cada atividade. “Um dos objetivos é prevenir ou auxiliar na recuperação de lesões”, diz o fisiologista Guilherme Molina, professor da Universidade de Brasília.

O empresário carioca Antonio Carlos Maciel, 46 anos, beneficiou-se do método. Após machucar o joelho, não conseguia mais jogar tênis. Iniciou o treino funcional, no seu caso focado no fortalecimento da região do joelho com o propósito de poupar a articulação de sobrecarga. “Oito meses depois, voltei às quadras”, diz. “A dor não incomoda mais.”

A outra finalidade é aprimorar a performance. Foi com essa intenção que a cantora Syang, 40 anos, passou a fazer treino funcional duas vezes por semana. “Melhorei meu rendimento e resistência”, conta ela, que pratica jiu-jítsu há cinco anos. Essa melhoria ocorre como consequência de um trabalho mais dirigido ao desenvolvimento de habilidades exigidas por cada modalidade. No caso da corrida, por exemplo, o treino consiste em exercícios que asseguram fortalecimento e potência aos membros inferiores. A corredora de aventura Sabrina Gobbo, 32 anos, recorreu ao método para melhorar a resistência e superar o cansaço físico e mental durante as competições. “Hoje, me canso bem menos e produzo mais”, diz. Para pilotos de corrida, a ênfase é em movimentos que solicitam músculos profundos do abdome e na estabilidade de braços e pernas. Há quatro meses o piloto da Stock Car Cássio Homem de Mello buscou essa ajuda. Ele sentia dores musculares e fadiga nas provas. “Sem esses incômodos me concentro melhor nas pistas”, conta.

Porém, os bons resultados só são registrados quando há continuidade na prática e o aluno recebe a orientação correta. “É fundamental que o treino seja feito com regularidade”, alerta Marcos Maitrejean, professor de educação física e especialista em treino funcional. Além disso, o profissional deve ser muito bem preparado. “Feito de forma inadequada, o treinamento funcional pode lesar seriamente as articulações e comprometer os resultados”, diz o professor.

O outro pilar da nova malhação, o Core, na verdade se entrelaça com o exercício funcional. Como ele, sua finalidade é refinar a funcionalidade do corpo. A diferença é que se propõe a fazer isso a partir da concentração da atenção para o que os especialistas chamam de Core, ou o centro do corpo. Localizado na região abdominal, o Core é composto por 29 músculos que sustentam o complexo quadril-pélvico-lombar. O interesse nesta área específica do corpo se dá em razão da constatação de que os músculos ali situados, particularmente os internos do tronco, são fundamentais para a estabilização da coluna vertebral. “Sob o ponto de vista funcional, essa é a região mais importante do organismo. Por isso, o treinamento com exercícios que desenvolvem sua estabilidade, força e resistência é vital”, diz o fisiologista Mauro Guiselini, diretor do Instituto Runner, de São Paulo. O enfraquecimento dessa musculatura leva a alterações na posição do quadril, flacidez abdominal e dores na coluna, entre outras complicações.

A questão é que os abdominais conhecidos – aquele contínuo deita-levanta, com as mãos servindo de apoio para a cabeça –, não atuam sobre essas musculaturas. “Eles fortalecem apenas os músculos superficiais, não as musculaturas profundas do Core”, diz Guiselini. O especialista é o criador de uma série especial de movimentos que conseguem atingir exatamente as estruturas desejadas. E, é claro, esses exercícios em nada se parecem com os abdominais que nos acostumamos a ver e a fazer. Na maior parte das vezes, o praticante se coloca em posturas inusitadas e pode lançar mão de recursos como o fitball. Tudo para que os tais músculos profundos finalmente sejam obrigados a trabalhar.

A meta dos exercícios intervalados intensos, a terceira base de sustentação do novo fitness, é um pouco diferente. O que se pretende com eles é principalmente aumentar a resistência cardiorrespiratória. Mas a melhora da força e da performance vem a reboque. Isso é possibilitado por meio de um esquema de treinamento que alterna períodos de exercícios realizados em intensidade máxima com outros, de pausas de recuperação, quando são executados em intensidade mais leve. “Podemos fazer isso com todas as modalidades que incluam uma predominância de trabalho sobre o sistema aeróbico”, explica o professor de educação física Mauro Cardaci, da Fórmula Academia. Incluam-se aí a natação, o ciclismo e o spinning, por exemplo.

Mas um dos esportes nos quais a técnica é mais usada é a corrida. Em um dos esquemas, o praticante pode seguir o seguinte roteiro, em 30 minutos, respeitando os limites de frequência cardíaca no pico e no repouso determinados pelo treinador: cinco minutos de aquecimento em baixa intensidade, seguidos de mais cinco minutos de alta intensidade. Depois, permanece em recuperação, com baixa intensidade de movimento, durante três minutos. Após essa pausa, parte para mais cinco minutos em alta intensidade, seguidos de mais três em recuperação. Os últimos nove minutos são divididos dessa maneira: cinco minutos em alta intensidade, seguidos de quatro em intensidade baixa decrescente. “Sua grande vantagem, além de acelerar o ganho de condicionamento aeróbico, é o tempo curto que se precisa para treinar”, diz o personal trainer Silvio Cezar Xavier, do Rio de Janeiro.

Recentemente, dois novos estudos deram força a esse argumento de que, com o exercício intervalado, não é preciso passar tanto tempo na academia. O primeiro foi realizado por pesquisadores da Universidade de McMaster, no Canadá, e se baseou na resposta de voluntários que pedalaram em bicicletas ergométricas. “Vimos que fazer dez minutos, com cerca de um minuto de descanso, três vezes por semana, garante ganho de músculo e condicionamento em volume semelhante ao da prática convencional, com intensidade contínua”, escreveu Martin Gibala, autor da pesquisa.

O outro trabalho foi feito na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, sob a coordenação de Jan Helgerud. Ele acompanhou corredores e ciclistas e constatou que o exercício intervalado pode dobrar a resistência, melhorar a oxigenação em mais de 10% e elevar a velocidade em no mínimo 5%. “Isso é importante também para ajudar as pessoas a se manter saudáveis”, disse Helgerud à ISTOÉ.

No Brasil, o especialista em fisiologia do exercício Michel Santos, de Goiás, realizou uma pesquisa com 22 mulheres e confirmou que esse modelo de exercício é mais eficaz também para o emagrecimento. “O treino intervalado, feito três vezes por semana, gera um gasto calórico de duas mil calorias”, explica. “O treino contínuo, cinco vezes por semana, queima 1,8 mil.”

O médico Eduardo Lorena, 32 anos, sentiu esses benefícios desde que aderiu ao treino intervalado. “Foi impressionante. Antes, não progredia tanto”, diz. “Agora, baixei meu tempo na corrida e tenho muito mais força.”

Os aparelhos também mudaram

A mudança de conceitos no fitness chegou aos aparelhos. Com design clean, eles permitem a execução de vários movimentos em uma única unidade, tornando possível trabalhar todo o corpo de uma só vez, como manda a regra da nova malhação.

Uma das novidades é o Holistic Training, um sistema de condicionamento baseado em exercícios de postura feitos com sobrecarga aplicada progressivamente. “Os movimentos são executados sobre uma plataforma vibratória informatizada, que possibilita a adequação de cargas para o praticante”, diz Aurélio Alfieri, um dos criadores da máquina.

Outro recente lançamento é o Kinesis One, da empresa Technogym. O aparelho possui quatro estações de trabalho com sistemas de cordas e polias que facilitam a execução de uma diversidade de movimentos que simulam força, postura, equilíbrio e coordenação. Já uma nova versão do Power Plate une o treino feito na plataforma vibratória com exercício de força para os membros superiores. Para Waldyr Soares, presidente do Fitness Brasil (instituto de pesquisa), essas mudanças refletem o que as pesquisas têm mostrado sobre o que as pessoas buscam nas academias. “Elas não querem só malhar. Elas buscam bem-estar e desenvolver outras habilidades. As empresas começam a perceber isso”, diz.

De fato, isso é fundamental quando o que se quer do corpo é que, mesmo com o passar dos anos, ele continue apresentando capacidade de executar grandes e pequenos movimentos, mantendo sua funcionalidade. E o grande problema com o treino convencional é que ele não garante essa maleabilidade e tampouco fortalece músculos normalmente exigidos em atividades corriqueiras, como amarrar os sapatos.

Exercícios localizados, como a musculação, realizados sempre com alguma carga ou em aparelhos de resistência fixa, estimulam os músculos de maneira isolada. No modelo funcional, o mesmo treino pode ser realizado sobre a medicine ball, apresentando resultados mais completos. “A bola é uma superfície instável que exige a mobilização de um grupo maior de músculos responsáveis pela sustentação do corpo”, explica o professor de educação física Vilmar Villas, gerente técnico da Cia. Athletica. Essa é uma das razões pelas quais uma pessoa que faz a musculação tradicional, se ficar muito tempo de pé em uma fila de espera, provavelmente irá sentir um desconforto na região lombar. “Já aquela que faz treino funcional não sentirá o incômodo porque sua musculatura estará mais preparada para esse tipo de stress”, diz Villas.

Para os atletas, os exercícios funcionais têm essa amplitude global, mas se voltam mais especificamente para atender às necessidades de cada atividade. “Um dos objetivos é prevenir ou auxiliar na recuperação de lesões”, diz o fisiologista Guilherme Molina, professor da Universidade de Brasília.

O empresário carioca Antonio Carlos Maciel, 46 anos, beneficiou-se do método. Após machucar o joelho, não conseguia mais jogar tênis. Iniciou o treino funcional, no seu caso focado no fortalecimento da região do joelho com o propósito de poupar a articulação de sobrecarga. “Oito meses depois, voltei às quadras”, diz. “A dor não incomoda mais.”

A outra finalidade é aprimorar a performance. Foi com essa intenção que a cantora Syang, 40 anos, passou a fazer treino funcional duas vezes por semana. “Melhorei meu rendimento e resistência”, conta ela, que pratica jiu-jítsu há cinco anos. Essa melhoria ocorre como consequência de um trabalho mais dirigido ao desenvolvimento de habilidades exigidas por cada modalidade. No caso da corrida, por exemplo, o treino consiste em exercícios que asseguram fortalecimento e potência aos membros inferiores. A corredora de aventura Sabrina Gobbo, 32 anos, recorreu ao método para melhorar a resistência e superar o cansaço físico e mental durante as competições. “Hoje, me canso bem menos e produzo mais”, diz. Para pilotos de corrida, a ênfase é em movimentos que solicitam músculos profundos do abdome e na estabilidade de braços e pernas. Há quatro meses o piloto da Stock Car Cássio Homem de Mello buscou essa ajuda. Ele sentia dores musculares e fadiga nas provas. “Sem esses incômodos me concentro melhor nas pistas”, conta.

Porém, os bons resultados só são registrados quando há continuidade na prática e o aluno recebe a orientação correta. “É fundamental que o treino seja feito com regularidade”, alerta Marcos Maitrejean, professor de educação física e especialista em treino funcional. Além disso, o profissional deve ser muito bem preparado. “Feito de forma inadequada, o treinamento funcional pode lesar seriamente as articulações e comprometer os resultados”, diz o professor.

O outro pilar da nova malhação, o Core, na verdade se entrelaça com o exercício funcional. Como ele, sua finalidade é refinar a funcionalidade do corpo. A diferença é que se propõe a fazer isso a partir da concentração da atenção para o que os especialistas chamam de Core, ou o centro do corpo. Localizado na região abdominal, o Core é composto por 29 músculos que sustentam o complexo quadril-pélvico-lombar. O interesse nesta área específica do corpo se dá em razão da constatação de que os músculos ali situados, particularmente os internos do tronco, são fundamentais para a estabilização da coluna vertebral. “Sob o ponto de vista funcional, essa é a região mais importante do organismo. Por isso, o treinamento com exercícios que desenvolvem sua estabilidade, força e resistência é vital”, diz o fisiologista Mauro Guiselini, diretor do Instituto Runner, de São Paulo. O enfraquecimento dessa musculatura leva a alterações na posição do quadril, flacidez abdominal e dores na coluna, entre outras complicações.

A questão é que os abdominais conhecidos – aquele contínuo deita-levanta, com as mãos servindo de apoio para a cabeça –, não atuam sobre essas musculaturas. “Eles fortalecem apenas os músculos superficiais, não as musculaturas profundas do Core”, diz Guiselini. O especialista é o criador de uma série especial de movimentos que conseguem atingir exatamente as estruturas desejadas. E, é claro, esses exercícios em nada se parecem com os abdominais que nos acostumamos a ver e a fazer. Na maior parte das vezes, o praticante se coloca em posturas inusitadas e pode lançar mão de recursos como o fitball. Tudo para que os tais músculos profundos finalmente sejam obrigados a trabalhar.

A meta dos exercícios intervalados intensos, a terceira base de sustentação do novo fitness, é um pouco diferente. O que se pretende com eles é principalmente aumentar a resistência cardiorrespiratória. Mas a melhora da força e da performance vem a reboque. Isso é possibilitado por meio de um esquema de treinamento que alterna períodos de exercícios realizados em intensidade máxima com outros, de pausas de recuperação, quando são executados em intensidade mais leve. “Podemos fazer isso com todas as modalidades que incluam uma predominância de trabalho sobre o sistema aeróbico”, explica o professor de educação física Mauro Cardaci, da Fórmula Academia. Incluam-se aí a natação, o ciclismo e o spinning, por exemplo.

Mas um dos esportes nos quais a técnica é mais usada é a corrida. Em um dos esquemas, o praticante pode seguir o seguinte roteiro, em 30 minutos, respeitando os limites de frequência cardíaca no pico e no repouso determinados pelo treinador: cinco minutos de aquecimento em baixa intensidade, seguidos de mais cinco minutos de alta intensidade. Depois, permanece em recuperação, com baixa intensidade de movimento, durante três minutos. Após essa pausa, parte para mais cinco minutos em alta intensidade, seguidos de mais três em recuperação. Os últimos nove minutos são divididos dessa maneira: cinco minutos em alta intensidade, seguidos de quatro em intensidade baixa decrescente. “Sua grande vantagem, além de acelerar o ganho de condicionamento aeróbico, é o tempo curto que se precisa para treinar”, diz o personal trainer Silvio Cezar Xavier, do Rio de Janeiro.

Recentemente, dois novos estudos deram força a esse argumento de que, com o exercício intervalado, não é preciso passar tanto tempo na academia. O primeiro foi realizado por pesquisadores da Universidade de McMaster, no Canadá, e se baseou na resposta de voluntários que pedalaram em bicicletas ergométricas. “Vimos que fazer dez minutos, com cerca de um minuto de descanso, três vezes por semana, garante ganho de músculo e condicionamento em volume semelhante ao da prática convencional, com intensidade contínua”, escreveu Martin Gibala, autor da pesquisa.

O outro trabalho foi feito na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, sob a coordenação de Jan Helgerud. Ele acompanhou corredores e ciclistas e constatou que o exercício intervalado pode dobrar a resistência, melhorar a oxigenação em mais de 10% e elevar a velocidade em no mínimo 5%. “Isso é importante também para ajudar as pessoas a se manter saudáveis”, disse Helgerud à ISTOÉ.

No Brasil, o especialista em fisiologia do exercício Michel Santos, de Goiás, realizou uma pesquisa com 22 mulheres e confirmou que esse modelo de exercício é mais eficaz também para o emagrecimento. “O treino intervalado, feito três vezes por semana, gera um gasto calórico de duas mil calorias”, explica. “O treino contínuo, cinco vezes por semana, queima 1,8 mil.”

O médico Eduardo Lorena, 32 anos, sentiu esses benefícios desde que aderiu ao treino intervalado. “Foi impressionante. Antes, não progredia tanto”, diz. “Agora, baixei meu tempo na corrida e tenho muito mais força.”
Os aparelhos também mudaramA mudança de conceitos no fitness chegou aos aparelhos. Com design clean, eles permitem a execução de vários movimentos em uma única unidade, tornando possível trabalhar todo o corpo de uma só vez, como manda a regra da nova malhação.

Uma das novidades é o Holistic Training, um sistema de condicionamento baseado em exercícios de postura feitos com sobrecarga aplicada progressivamente. “Os movimentos são executados sobre uma plataforma vibratória informatizada, que possibilita a adequação de cargas para o praticante”, diz Aurélio Alfieri, um dos criadores da máquina.

Outro recente lançamento é o Kinesis One, da empresa Technogym. O aparelho possui quatro estações de trabalho com sistemas de cordas e polias que facilitam a execução de uma diversidade de movimentos que simulam força, postura, equilíbrio e coordenação. Já uma nova versão do Power Plate une o treino feito na plataforma vibratória com exercício de força para os membros superiores. Para Waldyr Soares, presidente do Fitness Brasil (instituto de pesquisa), essas mudanças refletem o que as pesquisas têm mostrado sobre o que as pessoas buscam nas academias. “Elas não querem só malhar. Elas buscam bem-estar e desenvolver outras habilidades. As empresas começam a perceber isso”, diz.



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