sábado, 18 de dezembro de 2010

LYDIO DE SOUZA ACERTA COM O TERESOPOLIS FUTEBOL CLUBE.RJ


O Novo preparador fisico,chega a teresopolis para os acertos da sua contratação,no sabado dia 18/12/2010.O Lydio já trabalhou em equipes com Profute;Silva Jardim;Penarol-AM;Riostrense e São Gonçalo F.C.(Junto com o treinador Marguinhos Curtiçao.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meios combinados de treinamento: uma nova visão na metodologia da preparação física


Forma de organização consiste em alternar ações motoras cíclicas, acíclicas e combinadas, os exercícios com ou sem sobrecarga, a velocidade de deslocamento e o sistema energético predominante
Juvenilson de Souza*
O futebol moderno apresenta uma série de mudanças na forma de jogar, dentre elas a necessidade de um melhor preparo físico. As partidas têm exigido frequentes mudanças na intensidade e na dinâmica dos movimentos, nas quais a força e a velocidade têm tido papel de destaque. Entretanto, devido à longa duração da partida (90’) e dos sucessivos “sprints”, o futebolista também necessita de uma ótima capacidade de resistência.

É importante destacar que os movimentos do futebol são realizados com duração e intensidade variadas, além de serem executados em diferentes momentos da partida. O futebolista poderá ser exigido a executar um “sprint” isolado ou sucessivos “sprints” tanto no início quanto no final da partida e, portanto, o mesmo deverá apresentar ótimo nível de desempenho físico para realizar estas atividades com a mesma qualidade.

Alguns autores têm relatado que os futebolistas de alto rendimento percorrem uma distância de 9 a 12 km durante a partida (Bangsbo, 2006; Barros et al.; 2007) e esta amplitude de variação na distância total percorrida está diretamente relacionada a alguns fatores, tais como: posição tática, estado nutricional, estado de treinamento, importância do jogo, horário e temperatura ambiente, qualidade do gramado, qualidade competitiva do adversário, etc. No entanto, estes dados analisados unicamente não são representativos para um entendimento do nível de rendimento do futebolista e da metodologia de treinamento a ser empregada.

Nesse sentido, temos que buscar informações mais detalhadas das ações motoras que o futebolista realiza durante a partida, como por exemplo, a diferença na distância percorrida, principalmente, em alta velocidade do primeiro para o segundo tempo considerando as posições táticas, a amplitude de velocidade de corrida nos diferentes deslocamentos, a relação com os sistemas energéticos, o número e a duração dos “sprints”, a pausa de recuperação entre os mesmos, a seqüência de ações motoras e sua variação na intensidade etc. Assim, análises mais precisas dos movimentos dos futebolistas impostas durante a partida podem fornecer informações úteis sobre o seu rendimento.

Segundo Reilly, Bangsbo e Franks (2000) os “sprints” realizados durante a partida em uma velocidade de 7-8m/s contribuem por volta de 6-7% e as ações em alta intensidade realizadas em uma velocidade de 4-6m/s correspondem cerca de 15-20% da distância total percorrida. Essas ações, de fato, constituem os momentos mais cruciais da partida e contribuem diretamente nos movimentos de disputas de bola, na execução dos fundamentos técnicos, tais como o chute, nas ações ofensivas e defensivas realizadas em alta velocidade e nos contra-ataques. Logo, pode-se relatar que o futebolista de alto rendimento deve ter como objetivo atingir esses níveis de rendimento, pois isso nos parece indicar certa vantagem durante a competição. Vale salientar, então, que o futebolista terá que realizar certas atividades de alta intensidade em momentos de fadiga, especialmente no final do primeiro e do segundo tempos.

Além dos pontos descritos anteriormente, temos que compreender a respeito da fisiologia do futebol. Penso que o entendimento deste e dos outros pontos já relatados nos fará refletir em relação à metodologia da preparação física. A fisiologia do exercício apresenta três sistemas de energia: ATP-CP ou anaeróbio aláctico, anaeróbio láctico ou glicolítico e aeróbio. Em modalidades de exercício contínuo e cíclico, tais como atletismo, ciclismo, natação, etc., esses sistemas de energia são solicitados predominantemente na mesma sequência descrito anteriormente. No entanto, em modalidades de exercício intermitente e acíclico, como é o futebol, esses sistemas de energia são solicitados em constantes alternâncias e com predominância conforme a intensidade e a duração da atividade e o estado fisiológico momentâneo que o futebolista apresenta, ou seja, a sua capacidade de recuperação e consequente ressíntese de ATP. SPENCER et al. (2005), nos chamam a atenção para compreender a contribuição dos sistemas de energia na realização do “sprint” e dos sucessivos “sprints” no futebol.

Em um “sprint” de até 6/8s o sistema ATP-CP é predominante, mas com a execução de vários “sprints” ao longo da partida os outros dois sistemas energéticos terão maior participação. Os dados nos remetem que durante a partida o futebolista será solicitado a realizar por volta de 120 atividades de alta intensidade com duração de até 7s sendo que na maioria das vezes as pausas de recuperação serão de curta duração (COMETTI, 2007). Portanto, após a realização de algumas destas atividades, a predominância será do sistema glicolítico com uma participação ainda maior do sistema aeróbio em relação às primeiras atividades de alta intensidade.

Para explicar melhor, após a realização de alguns “sprints” e, por exemplo, com recuperação de até 90s, o futebolista não terá uma recuperação completa atingindo assim um estado de fadiga aguda e, portanto, se o mesmo for solicitado a realizar uma nova ação de alta intensidade, ele poderá ter dificuldades para manter a qualidade de movimento. Considerando que estes momentos irão se repetir durante a partida, nos parece interessante organizar um programa adequado de treinamento que acentue a resistência à fadiga por meio da utilização de exercícios que produzem efeitos (adaptações) na força, na velocidade e na resistência.

Considerando as informações relatadas anteriormente, verifica-se a necessidade da utilização de uma metodologia que atenda às exigências específicas do futebol. Assim, sugerem-se os meios combinados de treinamento com duas ou três capacidades motoras em uma mesma sessão. Essa forma de organização do treinamento consiste em alternar as ações motoras cíclicas, acíclicas e combinadas, os exercícios com ou sem sobrecarga, a velocidade de deslocamento e conseqüentemente o sistema energético predominante.

Vale salientar que em um raciocínio de progressão de carga, primeiro prescrevem-se as sessões com duas para posteriormente utilizar as sessões com três capacidades motoras.

Esse modelo de organização da carga pode ser realizado de duas formas:

1) Em circuito: organize um determinado volume de exercícios voltado para o treinamento da velocidade (estação 1); após, realize um determinado volume de exercícios de força (estação 2); e posteriormente um determinado volume de exercícios de resistência (estação 3), permitindo sempre um intervalo de recuperação mais longo após o treinamento de cada capacidade motora.

2) Circuito em sequência: organize de forma idêntica à anterior, porém, a execução será em sequência, ou seja, realize uma ou mais repetições de velocidade (estação 1), seguido de uma ou mais repetições de exercícios de força (estação 2), seguido de uma ou mais repetições de exercícios de resistência (estação 3) e repita esse ciclo novamente. O controle da carga de treinamento pode ser feito pelo número de repetições ou por tempo em cada estação.

O quadro abaixo traz algumas sugestões da combinação de cargas de diferentes capacidades motoras. Cabe ressaltar que o preparador físico pode organizar as cargas com predominância de uma capacidade motora, sendo que a(s) outra(s) serão complementares.

Portanto, essa orientação metodológica tem uma maior exigência sobre os mecanismos biológicos, comportamentais e cognitivos que suportam as adaptações específicas do jogador de futebol. Neste âmbito, os componentes estruturais dos exercícios programados devem corresponder especificamente com as condições estabelecidas pela competição (jogo). Isto significa que os exercícios de treinamento devem estar adaptados a uma exigência específica do futebol com um controle adequado do volume e da intensidade.


*Mestre em Educação pela USP e preparador físico de futebol

sábado, 11 de dezembro de 2010

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS (PARTE 1)



Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte
Prof. Antonio Carlos Fedato Filho

Prof. Guilherme Augusto de Melo Rodrigues

Monitorando e conhecendo melhor os trabalhos em campo reduzido

Dentro de uma programação de treinos durante uma temporada no futebol,

podemos apontar muitos tipos de trabalhos, sendo que cada comissão técnica tem sua

identidade e sua metodologia que entendem como a mais adequada para aplicar sua

filosofia, esse é o momento em que o fisiologista, tendo conhecimento do trabalho da

comissão atual no clube, pode implantar formas de monitorar e controlar as variáveis

apresentadas na programação de treinos, ajudando a quantificar e a qualificar os

trabalhos, mas sempre respeitando a filosofia e a metodologia da comissão técnica, sem

querer alterar os trabalhos ou modificar seus métodos, e sim adaptar dentro do próprio

trabalho programado formas para alcançar o objetivo final, dando idéias e mostrando os

benefícios que pequenos ajustes irão trazer o trabalho.

“A monitoração dos trabalhos não é tão simples, pois o futebol é, entretanto um

tipo de exercício intermitente onde períodos curtos de alta intensidade são entremeados

com períodos mais longos de recuperação ativa ou passiva. Neste tipo de exercício não

é possível monitorar a intensidade da mesma forma como fazemos com exercícios

contínuos sem bola, por exemplo: um treino de corrida intervalada onde o tempo para

cobrir uma distância fixa pode ser facilmente registrado.” (Dr.Paul D.Balsom – 2000).

Nesses casos a fisiologia teve uma grande contribuição para o futebol, trazendo

para o campo diversas formas para tentar fazer os controles dos treinos mensurando e

obtendo informações de suma importância para o desenvolvimento dos trabalhos.

Um dos trabalhos aplicado no campo que iremos analisar agora é o “campo

reduzido” ou “pequenos jogos”.

“Pequenos jogos” é a técnica aplicável ao treinamento no desporto coletivo,

onde o uso de quadras ou campos de formato reduzido, combinado com um número

menor de jogadores e técnicas especiais, é empregado para obter maiores níveis de

condicionamento físico e capacidade técnica com bola.

A importância deste estudo, além de apontar os pontos positivos e negativos, é

mostrar que nem sempre o “campo reduzido” é sinônimo de um trabalho intenso como

muitos profissionais podem achar, depende muito da montagem, regras, dimensões

número de atletas programados para o desenvolvimento do trabalho.

Para iniciarmos este estudo precisamos saber informações importantes que

servirão para entender quais as exigências físicas impostas pelo jogo ao atleta para

relacionarmos com as variáveis necessárias para programarmos uma sessão de treino

com trabalhos em “campo reduzido”.

Entendendo as exigências do jogo

O futebol é uma forma de exercício muito exigente e extenuante fisicamente,

além de cobrir distâncias maiores que 10 km em velocidades variadas, outras atividades

que consomem energia incluem tomada de bola, pular e chutar.

Quando você joga futebol, grandes quantidades de energia são produzidas de

forma alternada, tanto pela via aeróbia tanto pela anaeróbia. “de um ponto de vista

puramente quantitativo a produção de energia anaeróbia corresponde a apenas uma

parte menor, mas significativa, do total de produção de energia durante um jogo”

(Dr.Paul.D.Balsom – 2000).

O nível de lactato sanguíneo no jogo é em média de 5 a 10 vezes maior do que

em repouso, mostrando que a energia foi produzida anaerobiamente.

Através de monitorações da freqüência cardíaca em jogos, mostrou que ela se

mantém de 10 a 30 BPM abaixo da freqüência cardíaca máxima, se aproximando dos

85% da FC máx. ficando em uma faixa entre 140 BPM e 145 BPM durante o jogo.

Podemos observar que o jogo impõe um alto nível de intensidade com trabalhos

intermitentes exigindo do atleta um bom condicionamento físico tanto central quanto

periférico para poder imprimir um alto ritmo de jogo com qualidade.

Trabalhos cíclicos e acíclicos

Com o passar dos anos pudemos ver a grande evolução em relação à preparação

física no futebol, sendo antes um trabalho mais de tradição e simplicidade com treinos

físicos normalmente de corrida e sem bola e passando por algumas fases para chegar

atualmente com trabalhos mais complexos que envolvem os treinos tradicionais

integrados com exercícios físicos com bola atingindo resultados mais específicos. Essa

linha segue com uma visão de programação de treinos envolvendo trabalhos cíclicos e

acíclicos de várias formas dentro de uma sessão de treino.

No trabalho cíclico (movimento repetido constantemente em forma de ciclos)

podemos exemplificar com os treinamentos físicos puros, nele trabalhamos os grandes

grupos musculares que é a base de sustentação da performance física do atleta.

O trabalho acíclico (movimentos sem padrão de repetição, em que não há ciclos)

é mais específico para a modalidade, normalmente realizado com pequenos jogos com

uma intensidade pré-programada.

Desta forma trabalhamos os pequenos grupos musculares e a musculatura de

propriocepção, dando ao atleta um ganho de resistência muscular localizada específica

de jogo.

Através de pesquisas e estudos, constatamos que o ganho de performance física

na forma cíclica é diferente do que o ganho na forma acíclica e que existem trabalhos e

ganhos diferentes para essas duas formas de performance.

Podemos ver que os programas de treinamentos físicos montados com treinos

cíclicos e acíclicos, obtiveram uma maior e mais prolongada da performance física

durante a temporada, já programas com apenas trabalhos cíclicos, observamos bom

condicionamento físico geral mas grande dificuldade de manter em atividades mais

específicas como treino reduzidos e intensos e nos jogos, em contrapartida, as

programações com apenas trabalhos acíclicos tiveram bom resultado nas capacidades

físicas específicas de jogo mas curto período de sustentação.

Constatamos que os trabalhos acíclicos são indispensáveis no programa de

treinamento, mas por trabalhar com mais ênfase os pequenos grupos musculares,

devemos também acrescentar os trabalhos cíclicos que são esses que darão a sustentação

e resistência muscular geral dos grandes grupos musculares.

Os pequenos grupos musculares, que são os mais específicos de jogo, têm seu

limiar de stress bem menor do que os grandes grupos musculares fadigando muito mais

rápido e necessitando dos grandes grupos para a sustentação da performance até o final

do período.

No início da temporada, os trabalhos cíclicos são de extrema importância, sendo

que depois são realizados trabalhos apenas de manutenção para a parte cíclica dando

espaço para os trabalhos acíclicos estruturados com os pequenos jogos, assim

completando o treinamento físico auxiliando o atleta a alcançar a excelência da

performance.

Treinamento físico específico – pequenos jogos

“A habilidade de um jogador de futebol em manter uma alta taxa de trabalho

durante um jogo de 90 minutos pode ser mantida e aperfeiçoada com o treinamento de

desempenho” (Dr.Paul D.Balsom).

O objetivo do treinamento específico é:

- Minimizar o tempo necessário para um jogador se recuperar entre exercícios

com movimentos de alta intensidade e, consequentemente, aumentar a capacidade de

desempenho de tais movimentos mais freqüentes ao longo do jogo.

- Reduzir os efeitos negativos da fadiga no desempenho geral, especialmente

próximo ao final do jogo.

Os pequenos jogos, sendo bem programados, trabalham o componente central

relacionado com o sistema de transporte de oxigênio e o componente periférico que

envolve os grupos musculares específicos exigidos no jogo.

Em relação ao componente periférico, podemos observar que exercícios

contínuos com intensidades moderadas trabalham mais fibras de contração lenta e

pequenos jogos ou treinos físicos específicos variando intensidades trabalham fibras de

reação rápida (exercício de alta intensidade). Os trabalhos longos se forem uma

constante na programação de treino e por terem uma predominância de fibras de reação

lenta, afetarão o desempenho específico do atleta como a “explosão muscular” e

“aceleração”.

Portanto o tipo de trabalho proposto é o que vai determinar o padrão e

recrutamento de fibras de reação lenta e rápida nos músculos ativos e o padrão de

condicionamento central e periférico.

Em alguns estudos científicos foi constatado que os pequenos jogos podem ser

usados de uma forma efetiva de treinamento de resistência para jogadores de futebol,

mas não é a única forma para trabalhar essa variável, esse treinamento pode e deve ser

complementado por diferentes tipos de exercícios intermitentes tanto com bola quanto

sem bola.

Os estudos constatam que a intensidade de trabalhos dos pequenos jogos é alta o

suficiente para manter ou até mesmo aperfeiçoar algumas variáveis mais específicas de

jogo e que os treinos físicos sem bola tem uma intensidade similar.

O treino físico com bola em pequenos jogos se torna mais efetivo para

adaptações musculares locais (periféricas) do que corrida contínua sem bola e trabalha

em conjunto com a parte técnica, coordenativa, criatividade, inteligência e motivação.

O estudo constatou que em 30 minutos de treinos físicos com bola (campo

reduzido – 3 x 3) o atleta toca aproximadamente 100 vezes na bola em diferentes

situações, 3 vezes mais do que trabalhos de campo reduzido de 7 x 7.

Apesar dos grandes benefícios do treinamento de resistência específica para

jogador de futebol com pequenos jogos, existem muitos fatores que podem influenciar

atrapalhando na intensidade do exercício, exigindo uma grande organização do

treinador, preparador físico e fisiologista. Alguns fatores são:

- número de atletas, quanto maior o número menor a intensidade e menos

contato com a bola

- duração dos intervalos

- dimensão do campo

- as regras influenciam na intensidade

- disponibilidade de bolas (reposição imediata)

A motivação pode influenciar na intensidade, podemos controlar como:

- definir claramente para os atletas o objetivo do treino

- mostrar a eles os benefícios

- monitorar o treino com GPS, freqüência cardíaca, etc.

- manter os pequenos jogos competitivos (equipes equilibradas)

- organizar as sessões de treino para não perder tempo para iniciar

Outros fatores que podem influenciar a intensidade do exercício:

- habilidade do jogador (pouca habilidade diminui a intensidade)

- recuperação entre as sessões de treinamento

- tempo para adaptação ao tipo de treinamento

.

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS ( PARTE 2)



Fedato Esportes – Consultoria em Ciências do Esporte
Prof. Antonio Carlos Fedato Filho

Prof. Guilherme Augusto de Melo Rodrigues

Alguns estudos comprovam a eficácia dos trabalhos bem programados de

pequenos jogos.

Uma pesquisa executada por Balsom, P., Lindholm, T., Nilsson, J., e Ekblom,

B.,com recursos do Centro Nacional Sueco para Pesquisa no Esporte, com o objetivo de

investigar a intensidade do exercício nos “pequenos jogos”(3x3) em oito diferentes

relações de trabalho/repouso, e comparar as intensidades de quatro desses jogos com a

corrida contínua sem bola, descobriram que a intensidade do exercício observada em

todos os oito “pequenos Jogos” (3x3) era alta o suficiente para manter ou aperfeiçoar a

capacidade de desempenho de um jogador de futebol. Além disso, quando comparada

com a corrida contínua sem bola a taxa estabelecida de trabalho/repouso, a intensidade

geral estimada era de magnitude similar.

Os protocolos de exercícios utilizados em relação a trabalho/repouso foram nos

primeiros quatro jogos um total de 18 minutos e nos outros quatro um total de 30

minutos cada

.

Os procedimentos foram seguindo um padrão realizando cada sessão (jogo) em

dias diferentes e aquecimento padronizado. Foram passadas instruções para os atletas

trabalharem no máximo de intensidade durante o período do jogo. Para atingir as

intensidades máximas em um campo reduzido 3x3 foram usadas um número de bolas

que seria possível a reposição imediata e uma dimensão de aproximadamente de 33

metros x 20 metros (distância observada como ideal também em estudos da Fedato

Esporte – Consultoria em Ciências do Esporte).

Através da analise dos resultados, observando o comportamento da freqüência

cardíaca durante os jogos reduzidos, foram encontradas as maiores intensidades nos

jogos 1 e 7, onde, por terem estipulado tempos de estímulo que trabalhará a resistência

anaeróbia específica de jogo expondo a musculatura dos atletas a acidose dando uma

condição de ganho de resistência a ela, com uma recuperação ideal para os atletas

conseguirem recuperar e manter uma alta intensidade até o final do treino atingiu o

objetivo de um treino de campo reduzido.

Os gráficos abaixo representam o resultado obtido no estudo, observando a alta

freqüência cardíaca atingida durante o estímulo e a boa qualidade de recuperação entre

os estímulos.

Os outros jogos também atingiram altas intensidades, mas com queda mais

acentuada no final devido ao baixo tempo de recuperação e conseqüentemente não

atingindo altas freqüências cardíaca como nos jogos 1 e 7.

Com base nessa teoria dos “pequenos jogos” a empresa Fedato Esportes –

Consultoria em Ciências do Esporte vem aplicando e coletando informações

importantes que comprovam os efeitos desse trabalho se aplicado de uma forma

organizada e bem programada. Os dados mostraram que seguindo as dimensões (20 m x

30m), número de atletas (3x3 a 4x4) e colocando regras simples e pequenos gols sem

goleiros em 4 pontos diferentes foi onde encontraram as maiores intensidades de

estímulos conseguindo durante a temporada juntamente com trabalhos cíclicos manter e

ter ganhos em relação as variáveis importantes para o desempenho nos jogos.

A figura abaixo mostra um treino de campo reduzido monitorado com GPS e

frequencimetro observando as intensidades acima de 100% sendo considerados como

estímulos anaeróbios láticos.

Em alguns casos os “pequenos jogos” têm um efeito negativo quando realizado

em excesso, pois os atletas, quando realizam essas atividades que normalmente são de

curta duração e alta intensidade, não têm o compromisso de dosar as variáveis utilizadas

no jogo e com o tempo passam a não dosá-las no próprio jogo, acarretando um gasto

excessivo no início da partida, pela forma alucinante que iniciam o jogo e no final

ocorre, em alguns casos, a queda de algumas variáveis que levaria o atleta a manter um

padrão físico até o final.

Conclusão

Através destas informações conseguimos observar que o trabalho acíclico com

pequenos jogos é de extrema importância juntamente com trabalhos cíclicos dentro de

uma programação de treinamento.

Através dos pequenos jogos conseguimos uma manutenção e ganho de algumas

variáveis específicas do jogo se montados levando em conta os fatores que ajudarão na

aplicação de um trabalho com altas intensidades.

Em uma programação de treinos com trabalho de campo reduzido podemos

treinar de forma física e técnica sendo de grande importância a monitoração e o controle

de qualidade realizados pelo fisiologista tanto dos trabalhos físicos quanto dos trabalhos

técnicos com o objetivo de observar se as sessões de treinos estão atingindo o objetivo,

levando o maior número de informações para a comissão técnica dando tempo para

realizar alguma correção ou adaptação na programação de treinamento conseguindo

chegar no melhor índice de aproveitamento auxiliando o atleta a alcançar seu

desempenho ideal para disputa de uma partida de futebol.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cãibra noturna, câimbras nas pernas, banana para câimbras… Saiba porque surge e como evitar as cãibras


por Carlos Herdy
carlos@fisiologista.com

A câimbra ou cãibra é um espasmo ou contração involuntária dos músculos, normalmente muito dolorosa, que pode durar de alguns segundos até vários minutos. A câimbra pode atingir um ou mais músculos de uma vez. Qualquer músculo de controle voluntário pode apresentar essas contrações

Os mais comuns são:
– Panturrilhas ou gemelares (batata da perna)
– Músculos anteriores e posteriores da coxa
– Pés
– Mãos
– Pescoço
– Abdomen

Acredita-se que a causa básica da câimbra seja uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos. Essa normalmente é causada por:

- Atividade física vigorosa (câimbra pode ocorrer durante ou após o esforço)
– Desidratação (atenção para quem usa diuréticos)
– Alterações hidroeletrolíticas, principalmente depleção de cálcio e magnésio.
– Gravidez (normalmente secundário a magnésio baixo)
– Como autoproteção após uma fratura óssea, por exemplo.
– Alterações metabólicas como diabetes, hipotireoidismo, alcoolismo e hipoglicemia
– Doenças neurológicas com Parkinson, doenças do neurônio motor e doenças primárias dos músculos (miopatias)
– Longos períodos de inatividade, sentado em posição inadequada.
– Alterações estruturais como pé chato e o genu recurvatum (hiperextensão do joelho)
– Insuficiência renal em hemodiálise e cirrose hepática.
– Deficiência de vitamina B1, B5 e B6
– Anemia

Muito se comenta sobre depleção de potássio como causa de câimbras. Na verdade, a hipocalemia (baixos níveis sanguíneos de potássio) pode até causar contrações involuntárias, mas seu principal sintoma é fraqueza ou paralisia muscular. O cálcio e o magnésio são causas mais importantes de câimbras.

Algumas drogas podem ser a causa:
– Diuréticos, principalmente a furosemida (Lasix)
– Donezepil (usado no Alzheimer)
– Neostigmina (usada na miastenia gravis)
– Raloxifeno (usado para osteoporose e câncer de mama)
– Remédios para hipertensão, principalmente a nifedipina (Adalat)
– Broncodilatadores para asma como Salbutamol
– Remédios para colesterol como o clofibrato e lovastatina.

Em pessoas acima dos 60 anos, câimbras frequentes podem ser sinais de aterosclerose, com diminuição da circulação sanguínea para determinado grupamento muscular por obstrução do fluxo por placas de colesterol.

Como evitar as câimbras ?

Para se evitar a câimbra deve ser realizada uma boa sessão de alongamento antes e após exercícios, principalmente para sedentários, boa hidratação antes, durante e depois do esforço e evitar exercícios em dias muito quentes.

Existe um grupo de pessoas que apresentam câimbras noturnas, principalmente nos membros inferiores (panturrilha e pés em geral). Em geral apresentam a chamada câimbra noturna idiopática (sem causa aparente). São pessoas normalmente com história familiar e que não se consegue detectar nenhum tipo de alteração que justifique o quadro.

Nesse grupo, recomenda-se um programa de alongamento 15 minutos antes de dormir, dar preferência para alimentos ricos em cálcio e magnésio, manter uma boa hidratação ao longo do dia e evitar o sedentarismo. Algumas pessoas precisam de sapatos especiais que evitam contrações involuntárias.

Os alongamentos parecem ser o melhor método para prevenir câimbras, principalmente quando ocorrem nas pernas. É importante salientar que não vai ser de um dia para o outro que o alongamento trará resultados. É preciso pelo menos algumas semanas com alongamentos diários para o músculo ter mais resistência às contrações involuntárias.

Hidratação adequada e alongamentos frequentes, resolvem os problemas das maiorias das pessoas com câimbras idiopáticas, ou seja, aquelas que não são causadas por nenhuma doença específica. O melhor modo de controlar o grau de hidratação do corpo é através da cor da urina. Pessoas desidratadas apresentam urina muito amarelada e normalmente com cheiro forte, enquanto que um corpo hidratado produz urina clara e sem cheiro.

Existem alguns medicamentos com vitamina E, complexo B, verapamil, cloroquina e gabapentina que podem ajudar em casos específicos, mas que só devem ser tomados após avaliação médica.

Água tônica possui pequenas quantidades de quinina uma substância que também parece prevenir câimbras. Existem relatos de melhora das câimbras noturnas após alguns dias ingerindo água tônica à noite.

Doentes em hemodiálise apresentam câimbras frequentemente. A câimbra é um sinal de redução do fluxo sanguíneo para o músculo acometido. Em geral ocorre por retirada (ultrafiltração) em excesso de líquidos durante as sessões ou por doses elevadas de anti hipertensivos. Doente com câimbras que não usam anti hipertensivos devem aumentar seu peso seco (peso após a sessão de hemodiálise). Doentes com câimbras mas que usam remédios para hipertensão, devem suspendê-los ou reduzir a dose, mesmo que a pressão ainda esteja mal controlada.

TREINAMENTO FUNCIONAL NO FUTEBOL


Por Sandro Sargentim

Com o passar dos anos a ciência aliada ao treinamento desportivo vem buscando aperfeiçoar mecanismos de aplicação de treinamentos que busquem a excelência em rendimento através de métodos específicos de cada modalidade. Os esportes individuais no decorrer dos anos alcançaram resultados mais diretos na busca pela especificidade da manipulação das cargas de treinamento comparado aos esportes coletivos.

O futebol, dos esportes coletivos, sempre foi a modalidade que mais impõe barreiras para a implantação de técnicas novas de treinamento que visam não somente alto rendimento individual e coletivo, mas geram uma adaptação ao organismo do atleta, proporcionando uma maior equilíbrio muscular e com isso um menor risco de lesões muscular e articular.

O treinamento funcional tem como foco dentro do futebol dois objetivos claros e interdependentes:

1- Melhora do movimento específico do futebolista durante as fases mais intensas e decisivas do jogo;
2- Um maior equilíbrio das cadeias musculares, minimizando com isso as chances de dores e lesões inerentes ao futebolista.

As vertentes que compõe o treinamento funcional dentro do futebol são:

Treinamento de Força, core e Propriocepção.A força é aplicada com o principal objetivo de melhora da resposta muscular aos movimentos mais intensos e específicos do jogo. O treinamento de força tem como função primária melhorar a ação motora do futebolista dentro dos treinamentos e jogos.

O futebol é um esporte misto e intermitente, onde o atleta realiza diversas ações musculares intensas e curtas com longas pausas para as novas ações. As ações motoras na fase ativa da partida, na maior parte das vezes, são realizadas através de movimentos rápidos e intensos com ação específica dos grandes grupos musculares.

A manipulação dos exercícios de força pretende dentro do futebol, criar uma adaptação ao atleta, para poder realizar os movimentos com mais intensidade e segurança, prorrogando ou diminuindo a chance de fadiga muscular. As manifestações de força do futebolista são força máxima, força explosiva e resistência de força explosiva. Para o futebolista poder desempenhar o seu melhor desempenho através do treinamento de força, o fortalecimento das suas articulações e bem como seu centro de equilíbrio e controle deve ser treinado e aprimorado através do treinamento do core e da propriocepção.

A região do core pode ser entendida com a conexão entre os membros superiores e inferiores, se tornado a base do movimento de cada indivíduo, pode ser entendido como o produto de um controle motor e da capacidade muscular do complexo quadril-lombar-pelve. Os movimentos realizados pelos membros são iniciados e posteriormente equilibrados pela região do core. Com o core bem equilibrado e fortalecido, o futebolista conseguirá realizar as ações musculares com maior segurança, gerando mais força com menos gasto de energia e conseqüentemente uma menor possibilidade de fadiga.

Contudo por mais força que o atleta conseguir realizar pelos membros e por mais fortalecido e equilibrado estiver a região do core, de pouco adianta se as articulações específicas não forem treinadas e fortalecidas da forma pontual e correta. A propriocepção tem como principal característica o fortalecimento das articulações correspondentes ao futebolista (tornozelo, quadril e joelho).

A propriocepção não age isoladamente na articulação, ela fortalece também a musculatura que compõe cada articulação. O fortalecimento articular através da propriocepção acontece através da estimulação dos receptores (especialmente os mecanorreceptores), da estimulação ao fuso muscular e ao órgão tendinoso de Golgi.

O treinamento funcional dentro do futebol é realizado dentro dessas três vertentes (força, core e propriocepção). A principal diretriz para a aplicação treinamento funcional dentro do futebol é conseguir aplicar cada uma das vertentes de forma específica, simulando os exercícios com gestos iguais ou parecidos com os realizados pelos futebolistas dentro dos treinos e jogos.

Os exercícios para serem específicos devem ser realizados pelos grupamentos musculares específicos dos futebolistas, com a alta intensidade, com a velocidade de movimento parecida com a de jogo, e com a freqüência de movimentos próxima a da realidade encontrada em uma partida de futebol. É possível o treinamento de forma integrada, com as três vertentes do treinamento funcional estimuladas ao mesmo tempo, ou isolando cada uma das vertentes em cada sessão de treino, essa divisão é pedagógica e pode evoluir de acordo com aceitação e evolução dos atletas.

O treinamento funcional dentro do futebol não prioriza a prevenção de lesões em detrimento ao alto rendimento, ele contribui para os dois objetivos agirem em conjunto proporcionando ao futebolista moderno um maior fortalecimento e equilíbrio muscular, potencializando o rendimento de forma complexa e específica.