sexta-feira, 19 de março de 2010

Após nove anos, Uefa comemora sucesso de estudo sobre lesões

Após nove anos, Uefa comemora sucesso de estudo sobre lesões
Pesquisa com mais de 11 mil lesões registradas é referência na avaliação dos cuidados médicos dos clubes
Equipe Universidade do Futebol
Desde o início, a coordenação do projeto está nas mãos de Jan Ekstrand, vice-presidente do Comité de Medicina da Uefa, com grande experiência no campo da medicina no futebol, tendo desempenhado por mais de 100 vezes as funções de médico da selecção nacional da Suécia.

"O estudo, naturalmente, evoluiu bastante ao longo dos últimos nove anos", afirmou Ekstrand. "De início, não foi fácil convencer os principais clubes a participarem, porque não estavam certos dos benefícios. Agora a situação inverteu-se e são cada vez mais os clubes interessados em juntarem-se aos 23 que já se encontram inseridos no estudo. Alguns dos membros fundadores têm enviado informação detalhada todos os meses ao longo das últimas nove temporadas, e não o fazem apenas para agradar à Uefa. Fazem-no porque perceberam que daí resulta algo de positivo", completou.

Um dos benefícios da pesquisa, que tem já registadas mais de 11 mil lesões, é que os clubes recebem referências perante as quais podem avaliar a sua performance no que se refere aos cuidados médicos.

"Os clubes acreditam no nosso trabalho e têm total confiança na nossa abordagem no que toca a questões como a confidencialidade. Depois, somos muito meticulosos no envio, quatro vezes por época, das conclusões retiradas. Primeiro, cada clube recebe uma avaliação estatística completa da sua situação no que respeita a lesões. É algo que, normalmente, também teriam no seu sistema. Mas o que os clubes não têm é a comparação desses dados com os de outras equipes de diferentes países", explicou o vice-presidente do Comité de Medicina da Uefa.

"O nosso relatório divide as estatísticas em áreas específicas, como lesões musculares, ligamentos e outras, para que o clube possa verificar a suas próprias forças e fraquezas, e avaliar em que áreas poderão necessitar de trabalhar mais".

Além de abarcar os principais times europeus, com maior visibilidade, o estudo também procura analisar o futebol feminino. "Na vertente feminina o risco de lesões é semelhante", afirmou Ekstrand. "Contudo, as razões dessas lesões podem divergir. Por exemplo, se olharmos para o contacto em termos de energia e massa e velocidade, é natural que nos homens se possam verificar mais fraturas, enquanto as mulheres sofrem mais contusões".

Após nove anos de pesquisas e análises, o coordenador do projeto possui uma opinião interessante sobre a prevenção de lesões no futebol. "É mais importante olhar para as cargas de trabalho. Por isso, cresceu em mim a ideia de que não é necessariamente a equipe médica quem tem o papel mais importante no que diz respeito à prevenção de lesões. As agremiações que conseguiram, com maior consistência, manter baixos níveis de lesões apresentam uma importante linha de comunicação entre equipe técnica, diretores-técnicos e direção do clube", comentou Ekstrand.

Por fim, o vice-presidente do Comité de Medicina da Uefa garantiu que, apesar de alguns dizerem que o risco de lesões tem crescido, o estudo aponta justamente o contrário.

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