terça-feira, 1 de junho de 2010

Auxílios ergogênicos: a busca pela perfeição do desempenho atlético

Substâncias, como cafeína, podem trazer prejuízos para o atleta
André Luiz de Souza, Christiane Piccolli, Marcos Roberto Mesquita de Souza, Valéria Aparecida de Oliveira Sousa
O mundo está evoluindo e não é diferente no esporte. Diante disto, os recordes atléticos vêm cada vez mais melhorando em um ritmo muito acelerado, e grande parte destes recordes foi propiciada pelos auxílios ergogênicos.

Auxílios ergogênicos são substâncias ou fenômenos que melhoram o desempenho de um atleta, estes podem ser desde drogas, hipnose, músicas, dentre outros.

Em busca da perfeição do desporto, a utilização de ergogênicos vem se tornando comum entre os atletas. O problema é que muitas vezes estes auxílios estão sendo indicados por amigos e técnicos sem nenhum tipo de informação fidedigna, o que acaba fazendo destes auxílios uma coisa ruim.

Os atletas têm experimentado com o intuito de melhorar seu desempenho sem se preocupar com os possíveis efeitos colaterais. Porém se algumas destas substâncias acabam prejudicando o desempenho, elas são chamadas de ergolíticas.

Contudo, os atletas devem reconhecer as conseqüências legais, éticas, morais e médicas do uso de qualquer agente ergogênico. A lista de sustâncias proibidas em competição cresce a cada dia, a cafeína, por exemplo, foi proibida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1984, com um padrão atual de 12 ug/ml.

A cafeína é um dos auxílios ergogênicos mais comuns. O produto é utilizado no mundo inteiro e encontrado em muitos alimentos como em cafés, chás, refrigerantes, bebidas energéticas e até em medicamentos. A cafeína é estimulante do sistema nervoso central (SNC), ela atravessa a barreira hematoencefálica e afeta vários centros cerebrais usualmente acarretando no aumento da excitação e diminuição da sonolência. Ela atua sobre o coração, sangue, circulação e resistência aeróbia, fornece substrato para os músculos e função muscular geral e neutraliza ou retarda o inicio da sensação de fadiga.

Por atuar no SNC, a cafeína aumenta a atenção mental e a concentração, melhora o humor , diminui a fadiga e retarda o seu inicio, diminui o tempo de reação deixando-a mais rápida; aumenta a liberação de catecolaminas e a mobilização de ácidos graxos livres, os quais acarretam em uma poupança de glicogênio muscular, que será utilizado posteriormente, e também o uso dos triglicerídeos musculares. A substância é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal, encontrando-se significativamente elevada no sangue em quinze minutos e atingindo um pico em sessenta minutos.

Um estudo feito com ciclistas demonstrou que comparado com outro ergogênico, no caso o placebo, a cafeína aumenta o tempo de endurance (resistência) em trabalhos com ritmos constantes e diminuiu o tempo nas corridas de distância fixa. Isto porque ela reduz a percepção do esforço exercido numa determinada taxa de trabalho, podendo então o atleta realizar uma maior porcentagem de trabalho com o mesmo esforço percebido.

Entretanto, também tem seu lado negativo, indivíduos não habituados em consumir a cafeína ou são sensíveis a essa droga e ainda aqueles que a consomem em quantidades elevadas, a cafeína pode agir como uma substância ergolítica produzindo nervosismo, agitação, insônia perturbando os padrões normais do sono, produz tremores, aumenta o risco de desidratação e de doença relacionadas ao calor e também contribui com a fadiga. Porém, a sua interrupção de forma repentina pode provocar cefaléias severas, fadiga, irritabilidade e desconforto gastrointestinal.

Ao término deste estudo, percebe-se que antes de utilizar qualquer tipo de auxilio ergogênico devemos avaliar quais serão os efeitos que estes proporcionarão em nosso organismo, e nosso desempenho atlético.

Bibliografia:

1. WILMORE, J. H.; Costill, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2ª ed. São Paulo: Ed. Manole, 2001.
2. POWERS, S. K.; Howley, E.T. Fisiologia do Exercício – Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2000.
3. Efeitos Ergogênico de Uma Bebida Esportiva Cafeinada Sobre a Performance em Testes de Habilidades Específicas do Futebol, disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n6/a10v15n6.pdf . Acesso em 07/01/2010

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