quarta-feira, 26 de maio de 2010

Doutor em Biologia funcional e molecular apresenta marcadores sanguíneos e suas aplicações
Bruno Camarão
Ciência experimental que permite a quantificação das alterações celulares induzidas por estresse, a bioquímica estabelece que diferentes níveis de estresse e alterações musculares podem ser mensurados por intermédio de análises específicas, possíveis de serem feitas em diferentes tecidos ou no sangue e suas frações.

No Laboratório de Bioquímica do Exercício (Labex), fundado oficialmente em 1997 pela Dra. Denise Vaz de Macedo, com o apoio da Fapesp e do Departamento de Bioquímica da Unicamp, por exemplo, a linha de pesquisa central que norteia os é a aplicação de uma nova tecnologia de avaliação física, denominada de Limiar de Estresse.

O parâmetro é determinado a partir da avaliação de diferentes análises bioquímicas no sangue de jogadores de futebol tanto durante a pré-temporada quanto em meio às competições. Na equipe de treinadores e pesquisadores de Campinas está Fernando Oliveira Catanho da Silva.

Licenciado e Bacharel em Educação Física pela própria Faculdade de Educação Física da Unicamp, é especialista em Bioquímica e Fisiologia aplicadas ao condicionamento físico. Além disso, Catanho é Doutor em Biologia Funcional e Molecular com ênfase em Bioquímica e Fisiologia do Exercício e professor do curso de Especialização (modalidade Extensão) em Bioquímica, Fisiologia, Treinamento e Nutrição Desportiva, oferecido pelo Labex.

A intenção desse espaço acadêmico é poder monitorar a intensidade empregada no treino, de forma a estabelecer o limiar individual de estresse e separar do esquema de treino planejado apenas aqueles atletas detectados no limiar, ajustando momentaneamente suas cargas de treino. A todo o grupo de jogadores será propiciado o máximo de condicionamento físico com o mínimo de lesão muscular de origem metabólica, contribuindo com o trabalho inter e multidisciplinar.

“Os marcadores sanguíneos devem ser vistos e compreendidos como uma forma de refinar a qualidade da avaliação que o fisiologista pretende mediante seus atletas. Essa avaliação permite identificar fenômenos de extremo interesse para o fisiologista, permitindo que o mesmo discuta e sugira ajustes na distribuição das cargas de treinamento e jogos e ainda na qualidade e quantidade da recuperação proposta”, explicou Catanho, nesta entrevista concedida por e-mail à Universidade do Futebol.

Colaborador do portal há anos, com uma série de artigos publicados, ele sempre buscou despertar na comunidade o estímulo à discussão dessa temática. Desafios metabólicos, a importância da potência anaeróbia e da força muscular na modalidade, e a bioquímica do exercício no exercício compuseram o conteúdo dos textos. Um viés laboratorial, mas com clara referência prática dentro das quatro linhas.

“Particularmente, não enxergo a ação do fisiologista destituída de um embasamento bioquímico-metabólico consistente. Logo, o fisiologista é aquele profissional que mescla o conhecimento e a prática de duas áreas correlatas e de fundamental importância: a fisiologia e bioquímica do futebol – e, principalmente, no futebol”, apontou Catanho, que, também abordou o aspecto neural da expressão da força muscular, métodos de recuperação e o modelo de treino integrado de José Mourinho.

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