quarta-feira, 26 de maio de 2010

Universidade do Futebol – Como jogos recreativos e/ou esportes relacionados ao futebol (como o futevôlei e o futsal, por exemplo) podem auxiliar na preparação física do futebol profissional?

Francisco Ferreira – Modalidades derivadas do futebol de campo podem ser um ótimo recurso acessório para a manutenção dos aspectos físico e técnico. No futebol de alto rendimento, o calendário de competições não permite que se “invente” muita coisa, assim, podemos usar o futevôlei, por exemplo, como recurso recreativo e regenerativo quando necessário.

Não dá para usar é como método de desenvolvimento, de ganho da forma física, pois não há especificidade, nem intensidade total adequadas nessas práticas para o auge da performance no futebol profissional de alto rendimento.

Universidade do Futebol – Em se considerando a integração dos trabalhos físicos e táticos aplicados, nessa perspectiva, como você vê a inserção do preparador físico na comissão técnica daqui a alguns anos? Você acredita que existe chance de essa função perder sua aplicação?

Francisco Ferreira – Como disse, eu gostaria muito de assistir aos treinos do Mourinho para ver o que ele faz de tão revolucionário a ponto de dizer que não se treina mais a parte física isoladamente.

Eu acredito que a função do preparador físico que trabalhe (também) de forma isolada as valências físicas em vários momentos do calendário seja imprescindível. Ainda não creio que se possa atingir níveis ótimos de performance sem treinar na sala de musculação, sem treinar agilidade, resistência de força, etc. Assim, sinceramente, ainda não sei se a função preparador físico será realmente abolida no futuro.

Universidade do Futebol – Qual é a relevância da área acadêmica para o diálogo e para a melhoria da atuação do profissional de preparação física?

Francisco Ferreira – Relevância total! Penso que deve haver um casamento entre a teoria, a pesquisa e a prática. De nada adianta pegar um acadêmico daqueles “ratos de laboratório” e entregar-lhe o comando de uma sessão treinamento, da mesma maneira, em relação ao sujeito apenas prático e que não pega um livro, não procura se informar, ou, no mínimo, se cercar de profissionais competentes nas áreas de fisiologia, fisioterapia, nutrição, etc.

Na verdade, ninguém é uma “ilha”, ninguém sabe tudo. O envolvimento com a comunidade acadêmica é, portanto, imprescindível.

Nenhum comentário: